Nobre confirma Kardec fora do Palmeiras e chama São Paulo de “antiético”

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2014 15h39
SÃO PAULO, SP, 22.10.2013 - COLETIVA DO PALMEIRAS - O presidente Paulo Nobre durante a coletiva do Palmeiras na Academia de Futebol, no bairro da Barra Funda, zona oeste da capital paulista, na tarde desta terça-feira (22). (Foto: Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress) Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress Paulo Nobre procurou acalmar o torcedor palmeirense durante entrevista coletiva

Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (28), o presidente Paulo Nobre, do Palmeiras, confirmou que o atacante Alan Kardec não é mais profissional do clube, já que o jogador acertou sua ida para o São Paulo, e fez duras críticas ao rival. De acordo com Nobre, o pai do jogador anunciou no último sábado que a decisão de Alan Kardec era irrevogável.

O mandatário do Palmeiras disse que a atitude do São Paulo na negociação foi “antiética” e detonou o clube do Morumbi, frisando inclusive que a relação do Palmeiras com o São Paulo não é saudável há muito tempo.

“A relação entre nível de diretoria entre Palmeiras e São Paulo é péssima, desde os anos 40 e com essa administração que entrou não será diferente. O Palmeiras não é bonzinho, somos éticos”, declarou Paulo Nobre. “No curso da negociação, de uma maneira sorrateira, procurar o jogador é uma coisa absolutamente antiética. De que adianta você se vangloriar de dar um passa-moleque em alguém se você continua fraco? O senhor que ganhou a presidência do SP (Carlos Miguel Aidar) é um dos mentores do clube dos 13. Ele propunha a união dos clubes e chega com uma atitude dessas”, prosseguiu.

Paulo Nobre disse também que o Palmeiras recuperou o atacante e deu a entender que Alan Kardec deveria ser mais grato ao clube.

“Alan Kardec, que estava em completo ostracismo no ano passado, estava sendo cotado para ir para a Copa do Mundo. É decepcionante, eu esperava mais consideração do jogador, é claro. Mas tenho que reconhecer que nos ajudou muito, sempre tive apreço grande. No futebol acontecem dessas coisas, são carreiras curtas e as pessoas são imediatistas. O Alan Kardec é passado”, falou o dirigente.

O presidente do alviverde de Palestra Itália também lembrou durante a coletiva que foi muito criticado ao contratar Alan Kardec.

“Ano passado fui muito criticado por uma parte da torcida por trazer o Alan Kardec, que estava no Benfica B. Eu estava muito seguro. E hoje muitos que criticaram reclamam da saída dele. É nossa obrigação fortalecer o elenco, independentemente do Alan Kardec”, observou.

De acordo com Paulo Nobre, o Palmeiras sequer teve a chance de cobrir a proposta oferecida pelo São Paulo, já que o pai do atacante declarou que a decisão era definitiva.

“Não tive nem a oportunidade de cobrir a proposta do São Paulo. Ele (pai) me falou que não exisitia hipótese. Não tive o que fazer”, revelou, declarando ainda que compreende a insatisfação da torcida. “Entendo perfeitamente, o torcedor está muito chateado, como também estou, mas não tenho a política de jogar por baixo da mesa. Não sou bonzinho, mas não sei jogar esse jogo sujo”.

O mandatário ainda pregou a responsabilidade de sua gestão: “talvez o grande erro meu seja a responsabilidade com o dinheiro do clube. Foi um compromisso de campanha, não brincar com o dinheiro do clube. Um Palmeiras responsável financeiramente, essa é a minha obrigação. Em toda negociação nós vamos brigar por cada real para honrar com o dinheiro do clube”.

Quanto à posição de alguns torcedores, que resolveram cancelar seus compromissos com o programa de sócio torcedor, Paulo Nobre disse que a decisão é equivocada.

“O programa de sócio torcedor Avanti é muito importante para a Sociedade Esportiva Palmeiras. As possibilidades de investimento no elenco seriam maiores se a gente tivesse mais associados. Mas o palmeirense é um apaixonado. É natural que o torcedor fique decepcionado. (Cancelar o Avanti) não é contra o presidente Paulo Nobre, é contra o próprio clube. Nós conseguimos implementá-la cada vez mais. O Palmeiras precisa andar com as próprias pernas e não pode depender de nenhum dirigente”, declarou.

Por fim, ao ser questionado sobre a possibilidade de a não renovação do contrato de Alan Kardec manchar sua gestão, Paulo Nobre foi contundente.

“Paciência se manchar (a gestão). Não estou fazendo uma gestão para ser enaltecido no futuro. Não sou populista. O Barcos foi trocado por jogadores e dinheiro, que hoje nos rendeu o Leandro. Um tem dez anos a menos que o outro”, finalizou.

 

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