Oswaldo de Oliveira exalta felicidade com trabalho e chama a responsabilidade

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2015 15h33

O técnico Oswaldo de Oliveira prestou esclarecimentos em meio à pressão vivida no clube

Folhapress Oswaldo de Oliveira

Diferentemente do que costuma fazer, Oswaldo de Oliveira resolveu conceder entrevista coletiva nesta terça-feira (26), em meio à turbulência que ronda o Palmeiras diante da campanha ruim no início de Campeonato Brasileiro. O treinador resolveu prestar esclarecimentos quanto ao trabalho que está sendo realizado no Verdão e projetou a sequência da temporada.

“Eu me propus a vir aqui hoje, porque normalmente eu falaria na sexta-feira, porque com o início ruim no Brasileiro tem se falado muita coisa. Às vezes é irrelevante, a gente não se preocupa, mas como está um volume muito grande, decidi que algumas dúvidas e especulações deveriam ser perguntadas. Estou vendo gente falando coisas que não existem. Neste momento, o responsável sou eu. O presidente gastou R$ 45 milhões para montar um elenco. Alexandre Mattos trabalhou como nunca vi ninguém fazer. Agora, a responsabilidade é minha, de montar um time e de levar em frente”, disse o treinador.

Oswaldo assegurou que pretende seguir no comando do clube, apesar dos resultados ruins neste momento.

“Tenho contrato e estou amando meu trabalho, tenho gostado muito de tudo o que estamos conseguindo fazer. Os resultados no Brasileiro não foram o que estávamos esperando, queríamos ganhar dois desses três jogos. Não ganhar do time reserva do Atlético-MG, empatar com o Joinville sem a sua torcida e perder em casa para o Goiás foi muito difícil”, admitiu. “Não deveria (ter o cargo ameaçado se não ganhar as próximas duas partidas). Estamos trabalhando, o desempenho da equipe prova isso. O resultado não favorece, mas o que rege o futebol brasileiro e boa parte do futebol mundial é o resultado. Acho que não deveria, mas pode ser. Não depende de mim, estou muito feliz e acredito que o trabalho vai ser bem-sucedido. Acho que vamos conseguir montar um time muito bom e competitivo, mas pode levar um pouco mais de tempo. Eu converso a portas fechadas. Converso com meus filhos a portas fechadas. Não sou de dar bronca, sou muito light, mas prefiro de forma mais comedida e mais controlada. Acho que os mais experientes não gostam muito (de cobrança pública) e os mais novos acatam melhor”, prosseguiu.

Sobre os resultados adversos no início de competição nacional, o treinador traçou uma comparação usando o Palmeiras de 2014 e também usando seu trabalho no Japão.

“No ano passado, o time reserva do Atlético-MG não empatou com o Palmeiras. Ganhou, aqui, de 2 a 0. E o Goiás não ganhou de 1 a 0, ganhou de 6 a 0. Então acho que está elas por elas. Nos três jogos (deste ano), o Palmeiras dominou. Ocorre que nós tivemos 74% de posse de bola contra o Goiás. De dentro da área, finalizamos nove vezes. Foi uma vantagem avassaladora”, falou. “Quando cheguei no Japão, aconteceu a mesma coisa. Perdemos os dois primeiros jogos, empatamos três e uma repórter falou para mim: Oswaldo, você está pilotando o pior início do Kashima na história. Eu disse: posso pilotar o melhor fim de campanha. E foi o que aconteceu, ganhamos nove jogos seguidos e fomos campeões. Isso com 34 rodadas, aqui são 38”, relembrou.

O técnico palmeirense apontou os constantes desfalques como um dos motivos para a queda de rendimento da equipe.

“Foram 22 jogadores que caíram no meu colo. Ontem perguntei a eles: ‘Quantos de vocês que estão sentados aqui não se machucaram esse ano?’. Sabe quantos levantaram a mão? Oito. De 40, oito! Ou seja, 32 já se machucaram. Alguns deles, mais de uma vez. Isso quer dizer o quê? Que em vários momentos não tive todos para trabalhar”, afirmou. “O único titular que não se machucou em momento nenhum foi o Gabriel. Os quatro goleiros não se machucaram, o Victor Luis, o Julen e o Dudu… O Lucas machucou, o Victor Ramos, o Vitor Hugo, o Zé Roberto… O Amaral, que veio para ser titular, se machucou e não consegui usar. Como você vai fazer uma mágica? É claro que vamos ter que tropeçar. Acho que o torcedor não perdeu a euforia. No jogo, nos apoiou o tempo todo porque viu os números que relatei agora. A bola não entrou, paciência, vamos continuar. O início de trabalho é acidentado, acontece esse sobe e desce, principalmente aqui no nosso futebol. Eu ainda estou muito otimista, principalmente agora que tenho Cleiton Xavier, Arouca…”, continuou.

Por fim, Oswaldo fez questão de ressaltar que o jogo desta quarta-feira (27), contra o ASA-AL, válido pela terceira fase da Copa do Brasil, nada tem a ver com o duelo de 2002, quando o Verdão foi eliminado da competição pelo mesmo adversário.

“Sobre o jogo de quarta, nem me lembrava desse caso de 2002. Com a classificação do ASA, as pessoas começaram a falar. Mas foi há 13 anos, não tem nenhuma relação. Os jogadores são outros, nada a ver. Não tem ninguém aqui daquela época (2002), nem lá (no ASA). Isso não diminui a possibilidade do ASA ganhar o jogo ou até mesmo se classificar. Vemos muito isso, como Brasiliense, Santo André e outros tantos que pregam peças. Mas não tem nada a ver com 2002”, finalizou.

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