Palmeiras perde na Bolívia e adia classificação na Libertadores

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 04/05/2017 00h10
EFE Dudu disputa a bola com Cristian Chávez durante a partida entre Jorge Wilstermann e Palmeiras

Até então invicto, o Palmeiras conheceu a sua primeira derrota na Libertadores da América na noite desta quarta-feira. O time comandado por Eduardo Baptista foi derrotado pelo Jorge Wilstermann por 3 a 2, em Cochabamba, na Bolívia. O resultado adverso pouco afeta a condição do time na tabela, porém mostra a necessidade de ser mais regular ao longo da partida, em vez de confiar sempre nas viradas, ou em gols nos últimos minutos.

O resultado negativo não tira do Palmeiras a liderança do Grupo 5, nem a proximidade da classificação. Resta apenas um empate no próximo dia 24, contra o Tucumán, no Allianz Parque, para confirmar a vaga nas oitavas de final da competição sul-americana. A lamentação fica por ter desperdiçado a chance de ao menos empatar e já garantir tanto a passagem de fase como o primeiro lugar do grupo.

Acompanhar os jogos do Palmeiras nesta Libertadores é testemunhar andamentos surpreendentes e imprevisíveis. Quando o time parece estar no sufoco, consegue amenizar o prejuízo e, quando parece engrenar, vacila. Entre gols nos acréscimos e reações tardias, a equipe tem mostrado que a qualidade é o segredo para se livrar dos apuros, porém será preciso oscilar menos e ter mais regularidade para avançar no torneio.

Em Cochabamba, a 2,5 mil metros acima do nível do mar, o Palmeiras alternou momentos de comando com outros em que foi dominado. Pelo menos o tropeço veio em um momento aceitável e de pouca influência sob os compromissos seguintes pela competição. A equipe parece entrar em campo na Libertadores programada para economizar energia no começo e tentar compensar o desperdício apenas mais tarde.

No quinto jogo pela competição, foi a quarta vez em que os adversários saíram na frente no placar e pela segunda vez seguida, o Palmeiras se viu com a desvantagem de 2 a 0. Os gols do Jorge Wilstermann por Morales, aos 35, e Machado, aos 40 do primeiro tempo, foram a punição necessária para quem começou a partida tão mal. O time paulista não pressionou, deixou a equipe boliviana avançar.

Assim como na última semana, em Montevidéu, o Palmeiras via o primeiro tempo já no fim e o adversário, em casa, já ter feito dois gols. Para amenizar o sufoco, uma falta pouco antes do intervalo teve o rebote convertido por Guerra.

A atuação ruim do primeiro tempo tem como um dos motivos a ausência de Felipe Melo. O volante, suspenso pelo envolvimento na briga contra o Peñarol, não é só um marcador merecedor do apelido de “pitbull” dado pela torcida. É quem dá qualidade à saída de bola em direção ao ataque. O substituto dele na Bolívia foi Thiago Santos.

O desafio para o Palmeiras durante o intervalo era organizar uma reviravolta similar à obtida em Montevidéu, uma semana antes. O técnico Eduardo Baptista tomou atitude parecida, ao voltar para o segundo tempo com o time modificado. Willian não foi bem e o colombiano Borja, tirado dos titulares por opção técnica, entrou na equipe.

O relógio avançou no segundo tempo e foi preciso ousar. Logo depois de colocar o atacante Keno na vaga do volante Thiago Santos, o Palmeiras teve a infelicidade de uma falha de cobertura de Jean terminar com um pênalti cometido por Prass. Cardozo converteu aos 23 minutos para dar mais tranquilidade ao Jorge Wilstermann.

A esperança voltou quatro minutos depois. Keno driblou dois defensores pela direita e cruzou. Cabezas marcou um belo gol contra, ao subir sozinho e tirar do goleiro. Foi um presente inusitado, capaz de dar expectativas para chegar ao empate.

A busca por um gol até o fim e os acréscimos dessa vez não foram suficientes. O Palmeiras estacionou nos 10 pontos, contra nove do Jorge Wilstermann, agora vice-líder. O terceiro colocado é o Atlético Tucumán, com sete. O Peñarol segue com três, na quarta e última colocação do Grupo 5.

Opinião JP

Flávio Prado e Bruno Prado, comentaristas da Jovem Pan, foram unanimes na avaliação do jogo do Palmeiras diante do Jorge Wilstermann: o time comandado por Eduardo Baptista não se impôs e deixou a desejar, chegando assim a sua primeira derrota na Libertadores da América.

“O Palmeiras não fez uma grande partida. Alguns jogadores que funcionaram em determinados momentos na temporada passada, hoje não foram bem. Caso de Vitor Hugo e Jean. E isso facilitou para o adversário, que construiu a vitória com tranquilidade. Tão tranquila que até deu um gol para o Palmeiras. Hoje foi um resultado ruim, ainda mais pelo investimento feito, mas o Palmeiras vai se classificar”, disse Flávio Prado.

Bruno Prado lembrou das últimas partidas do Palmeiras na competição sul-americana, aonde o time sofreu para sair de campo com o resultado positivo. Para o comentarista da Jovem Pan, o Verdão ainda não fez um grande jogo na Libertadores e isso é preocupante.

“Pelo grupo que caiu já era para o Palmeiras ter se classificado. E é um time que pode jogar mais. Mas, o Palmeiras não se impõe. É um time que corre muito com a bola e isso iguala as coisas. O Palmeiras precisa ficar mais com a bola, cadenciar o jogo. É um time que está devendo. Ainda não ficou claro em campo que o Palmeiras é superior aos rivais de seu grupo, o Tucumán, o Jorge Wilstermann e até o Peñarol. O desempenho não justiça o investimento”, conclui.

Ouça os gols da partida entre Jorge Wilstermann e Palmeiras:

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