Com um a menos, São Paulo segura pressão na Argentina e fica no 0 a 0

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 05/04/2017 21h25
Divulgação Conmebol Zagueiro Lucão disputa a bola com adversário na partida entre Defensa y Justicia e São Paulo

Em uma partida de muita marcação e pouca empolgação, o São Paulo ficou no 0 a 0 com o Defensa y Justicia, nesta quarta-feira, no estádio La Fortaleza, em Buenos Aires, em sua estreia na Copa Sul-Americana, e vai decidir a classificação à segunda fase no estádio do Morumbi, em 11 de maio.

O time teve 13 desfalques, entre jogadores machucados, suspensos e poupados pelo técnico Rogério Ceni, mas conseguiu manter a sequência de sete partidas sem derrota e o terceiro jogo seguido sem sofrer gol, algo inédito na temporada.

Rogério Ceni optou por montar o time com três zagueiros, argumentando que queria atuar “espelhado” com o adversário, que entrou em campo no 3-5-2. Se os dois sistemas se equivalessem, ele poderia usar a maior técnica de sua equipe para chegar à vitória. E foi assim que ele projetou o São Paulo.

Na zaga, Breno fez a função de líbero, com Lucão do lado direito e Rodrigo Caio do lado esquerdo. No meio de campo, muitos jogadores de marcação e poucos de criação, enquanto que os argentinos Lucas Pratto e Chavez lutavam no ataque por alguma bola.

Do outro lado, o Defensa y Justicia fazia uma marcação forte, mas sem muita pressão, e aos poucos os times foram tendo algumas chances. A primeira delas veio com Wellington Nem, aos 16 minutos, que ganhou uma dividida na área e tentou mandar no canto, mas o goleiro Arias, bem posicionado, espalmou.

Pouco depois, novamente Wellington Nem foi protagonista de outra ótima chance. A defesa do Defensa y Justicia bobeou e Lucas Pratto ganhou a jogada. Na base da força, se livrou dos marcadores e tocou para Wellington Nem, que estava livre. O jogador teve tempo de escolher o lado, chutou, mas Arias salvou seu time novamente.

O clube brasileiro poderia estar ganhando por dois gols de vantagem e tinha sido mais perigoso até então. No banco de reservas, Rogério Ceni escreveu instruções em um pedaço de papel e passou para Lucas Pratto, seu capitão. No bilhete, pedia para Rodrigo Caio sair da zaga e ir para o meio de campo. A intenção era tentar ter mais posse de bola.

Já o Defensa y Justicia tinha domínio, mas quase não levava perigo. O São Paulo conseguia se defender bem e não deixava o adversário se aproximar da área. A melhor chance dos argentinos veio em uma cabeçada de Stefanelli, que Breno salvou antes que ele chegasse ao gol, evitando o perigo.

No segundo tempo, Rogério Ceni mudou o esquema tático do time algumas vezes, testando variações já com uma linha de quatro defensores, mas o time quase nada criou, assim como seu adversário. Só que aos 30 minutos, o lateral-direito argentino Buffarini, que já tinha cartão amarelo, fez falta dura na entrada da área, foi expulso e deixou o São Paulo com um jogador a menos.

Neste cenário, Rogério Ceni entendeu que o empate já era lucro, colocou o volante Wellington para fechar o time e tentar amarrar o jogo. O Defensa y Justicia, empurrado pela barulhenta torcida, pressionou, insistiu, mas não conseguiu furar o bloqueio do time brasileiro e agora as duas equipes vão tentar a classificação no jogo de volta.

Opinião JP

Para os comentaristas da Jovem Pan, Beetto Saad e Bruno Prado, o empate entre Defensa y Justicia e São Paulo ficou de bom tamanho para o time brasileiro, que depois de um primeiro tempo razoável, caiu bastante de produção na etapa final e quase foi surpreendido pelos argentinos.

“O torcedor são-paulino tem que se dar por satisfeito. O São Paulo começou melhor no primeiro tempo, criando chances de gols e ditando o ritmo da partida, mas no segundo tempo foi um desastre. As mudanças de Rogério Ceni não deram resultado. Se o time argentino fosse um pouco melhor, o São Paulo teria saído de campo com um resultado ruim”, disse Saad.

Bruno Prado também viu uma queda de produção do São Paulo na segunda etapa da partida, o que preocupa, segundo o comentarista da Jovem Pan, principalmente para as partidas do Campeonato Paulista e Copa do Brasil, que tendem a ser mais difíceis do que o duelo contra o Defensa y Justicia, da Argentina.

“Pelo segundo tempo, ficou bom para o São Paulo. No primeiro tempo, o time desperdiçou duas grandes oportunidades com Wellington Nem. No segundo tempo, o São Paulo perdeu o controle do jogo e a posse de bola, não conseguindo mais ditar o ritmo do jogo. O Defensa y Justicia cresceu e por falta de qualidade não marcou. Ficou de bom tamanho o empate”, analisou.

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