Silas cobra reforma e pede humildade para São Paulo “voltar a ser grande”

Campeão brasileiro pelo São Paulo em 1986, Silas não está nada satisfeito com a atual situação do clube pelo qual foi revelado. Em entrevista exclusiva a Flávio Prado que vai ao ar no próximo Plantão de Sábado, da Rádio Jovem Pan, o técnico de 51 anos cobrou reestruturação e pediu mais humildade à equipe tricolor – que foi recentemente eliminada da Copa do Brasil e ocupa a 12ª posição do Campeonato Brasileiro, a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento para a Série B.

“O São Paulo tem elenco para escapar, mas precisa tomar medidas rápidas e mais do que isso: correr na direção da reestruturação. Eu acho que o São Paulo precisa voltar a ter humildade, como já teve, para voltar a ser grande”, afirmou Silas, com rara franqueza. “Você vai no Morumbi e vê todo mundo chateado, abalado por causa do momento… As cabeças pensantes e os jogadores experientes do São Paulo precisam se unir e trabalhar para não serem surpreendidos“, acrescentou.

O treinador, que está sem clube desde o fim de agosto, quando foi demitido do Avaí, acha que o momento é tão perigoso, que o São Paulo deveria se apegar aos exemplos de outros clubes grandes que já foram rebaixados. Tudo, para não repetir o mesmo erro – o time tricolor forma, ao lado de Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Inter e Santos, o grupo de seis times da elite brasileira que nunca caíram de divisão na história do campeonato nacional.

“Muitas vezes, a gente aprende com o próprio erro. Mas eu acho que este é o momento para o São Paulo olhar o que aconteceu com o Grêmio, com o Corinthians e com os outros clubes grandes que já caíram para a segunda divisão… Entender por que esses times foram rebaixados e quais foram as medidas tomadas por eles para sair dessa situação“, afirmou Silas.

“O que preocupa é essa tristeza que está se abatendo de maneira generalizada sobre o torcedor são-paulino… O São Paulo nunca viveu uma situação como essa antes. De repente, precisa mudar um pouco o foco: jogar defensivamente e buscar pontos. Porque, se deixar para o final, pode ficar complicado. A crise vai aumentando, a pressão também, e jogadores que estavam acostumados a fazer coisas grandes começam a virar atletas comuns…”, encerrou, claramente temeroso com um possível rebaixamento no fim do ano.