Negativas e contradições: 6 coisas importantes que juízes falaram sobre final do Paulista

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2018 10h05 - Atualizado em 18/04/2018 10h07
Palmeiras/Divulgação Marcelo, que saiu do jogo escoltado, foi um dos ouvidos no Tribunal de Justiça Desportiva

Aconteceu nesta terça-feira (17) uma nova etapa do inquérito que investiga a polêmica da final do Campeonato Paulista, entre Palmeiras e Corinthians. Os árbitros do jogo, acusados de terem agido sob interferência externa na marcação e cancelamento de um pênalti, deram depoimentos que, somados, duraram cerca de 7 horas no Tribunal de Justiça Desportiva.

Durante todo esse tempo, todos envolvidos negaram que, depois de ser marcado o pênalti de Ralf em Dudu, alguém de fora tenha interferido para pedir o cancelamento da marcação. Mas eles também entraram em contradição em alguns momentos. Veja e entenda as principais declarações.

Personagem principal

Diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, Dionísio Roberto Domingos é o principal alvo de críticas do Palmeiras. A intenção do clube é mostrar que foi ele quem pediu para o juiz principal mudar de ideia. Mas Dionísio negou que tenha agido durante a polêmica. Ele alega que só entrou em campo para acalmar a confusão.

Contradição: quem era o tutor da partida?

Todos árbitros envolvidos no jogo disseram que é normal ter uma pessoa da federação fora do campo. É o chamado “tutor”. O problema é que tanto Dionísio quanto José Henrique de Carvalho foram tratados como tutores pela FPF e nos depoimentos. Quarto árbitro na partida, Adriano de Assis Miranda explicou depois que Dionísio estava como auxiliar do tutor principal. “Pela importância da partida, entendemos que deveria ter dois tutores. Estava juntamente com o José Henrique”, argumento Dionísio.

Polêmica: aparelho de rádio

Dionísio admitiu que estava com um aparelho de rádio, mesmo fora de campo. Mas alegou que tem orientação para mantê-lo desligado e fez isso: “não tive nem dei informação nenhuma. Já é nossa orientação manter desligado”.

Juiz principal

Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza foi quem tomou as decisões de marcar e depois cancelar o pênalti. Ele disse que, quando marcou, ouviu alguém dizer no rádio que era “canto” (escanteio) apenas, mas não soube identificar quem tinha falado, por causa do barulho da torcida e dos jogadores. Só minutos depois ele percebeu que foi o quarto árbitro, Adriano de Assis, e voltou a falar com ele.

Polêmica: ponto de vista

Marcelo admitiu que não sabia qual era a posição do quarto árbitro para ver o lance. Mas mesmo assim acreditou que era correto seguir a recomendação dele: “vi o Ralf chutar o adversário. O quarto árbitro viu ele tocar na bola. A posição lateral deixou ele ver isso”.

Contradição: participação de Dionísio

Os juízes entraram em contradição duas vezes quando comentaram sobre participações de Dionísio. O quarto árbitro afirmou que o diretor de arbitragem da FPF esteve no mesmo hotel que ele, mas depois negou. Já o juiz Marcelo confirmou a presença de Dionísio.

Outra contradição foi sobre a participação de Dionísio em campo durante o jogo. O segundo árbitro, Daniel Paulo Ziolli, afirmou inicialmente que o coordenador poderia dar opinião sobre uma marcação de falta, mas depois deixou claro que não poderia, de acordo com regra da Fifa.

Todos falaram também que não é comum Dionísio estar em campo durante os jogos, mas o juiz principal, Marcelo, não entende isso como uma pressão, mas sim um prestígio pela importância da partida.

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