São Paulo bate Vasco no Morumbi e encerra jejum no Brasileirão

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 19/07/2017 23h45 - Atualizado em 20/07/2017 00h23
MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Lucas Pratto comemora o gol da vitória do São Paulo sobre o Vasco da Gama

Enfim, o São Paulo ganhou uma. Depois de nove jogos sem triunfos, a equipe venceu o Vasco por 1 a 0, nesta quarta-feira (19), no Morumbi. O resultado não tirou a equipe da zona de rebaixamento, pois a Ponte Preta, primeiro time do lado de fora, também venceu. Em seu terceiro jogo como técnico, depois de um empate e uma derrota, Dorival Junior sorriu. E a torcida também. No final do jogo, os 22 mil pagantes espantaram o frio de 11º graus cantando alto o hino do clube.

A atmosfera de otimismo que começou ainda de manhã, com a contratação de Hernanes, tomou conta do Morumbi. As torcidas organizadas receberam o time com festa, com direito a sinalizadores e tudo na entrada do estádio e gritaram em boa parte da partida. Trata-se de um pacto de apoio firmado até que o time consiga escapar do rebaixamento. Torcedores supersticiosos jogaram sal grosso no portão principal do estádio, exatamente por onde entrou o ônibus da delegação, e também na entrada do vestiário.

O time recebeu essa energia e conseguiu o gol no primeiro ataque, com pouco mais de um minuto. Após roubar na saída de bola do rival, Cueva avançou driblando e deu belo passe para Pratto, que chutou rasteiro e marcou seu quinto gol no Campeonato Brasileiro. Já são 12 na temporada.

Habituando à falta de criatividade e ao baixo número de finalizações dos últimos jogos, o torcedor do São Paulo teve uma angústia diferente nesta noite. Depois de ver o gol de Pratto, os mil pagantes acompanhavam com apreensão cada defesa do goleiro Renan Ribeiro. Nesse contexto, a galera respirou aliviada em uma falta cobrada por cima por no início da etapa final.

A recuperação do São Paulo também se explica pela boa atuação individual de figuras-chave da equipe. Uma delas foi o peruano Cueva. Depois de ter sido barrado do clássico diante do Santos e de ter sido substituído nos dois últimos jogos, o peruano reeditou as melhores atuações do início do ano. Foi dele o passe para o primeiro gol e deu lindo lençol na etapa final. Teve atuação dinâmica e participativa, inclusive defensivamente. O mesmo aconteceu com Jonatan Gomez, argentino que está se encaixando no time.

Por outro lado, Dorival acertou em cheio na única alteração que fez em relação aos dois primeiros jogos. Fiel ao discurso de manter a escalação para minimizar o pouco tempo de treinamento, ele mexeu apenas na lateral-esquerda. Depois de falhar no gol de calcanhar sofrido diante do Atlético-GO (empate por 2 a 2) e na saída de bola que originou o segundo gol da Chapecoense (derrota por 2 a 0), Junior Tavares perdeu a vaga. Edimar fez sua estreia E foi bem. Fazendo o que o técnico havia pedido – marcar e pensar três vezes antes de avançar – ele deu mais segurança à equipe.

A outra alteração que fez o time melhorar foi involuntária. Depois de perder uma chance clara após o primeiro gol, o atacante Wellington Nem sofreu uma contusão no ombro e teve de ser substituído por Marcinho. A alteração, ainda na etapa inicial, foi comemorada pela torcida como se fosse um gol. Em 24 jogos, Nem marcou apenas um gol.

Mesmo com vários desfalques, entre eles, Luis Fabiano e Nenê, o Vasco mostrou organização para buscar o empate e levou perigo em dois chutes de longe de Bruno Paulista. A equipe perdeu poder de fogo quando Vagner, o craque solitário do time, saiu contundido no início da etapa final.

O São Paulo diminuiu o ritmo e passou a jogar atrás da linha da bola. Só conseguiu ser perigoso novamente aos 35, quando Cueva chutou em cima de Martín Silva e Pratto errou a pontaria no rebote.

No segundo tempo, o São Paulo não conseguiu repetir o ritmo frenético do início do jogo, e as chances ficaram mais escassas. Defender o resultado passou a ser prioridade, principalmente nas jogadas aéreas, como aos 35 do segundo tempo. Inseguro, o time correu riscos até os 43, quando Rodrigo Caio salvou o gol do Vasco na pequena área.

Com o triunfo, o São Paulo chegou aos 15 pontos, na 17ª colocação da tabela. O Vasco, com 20, ocupa a provisória nona colocação.

Opinião JP

Para Flávio Prado, o São Paulo não mereceu perder alguns dos jogos que fez no Brasileirão. Mas, nesta quarta-feira, diante do Vasco, o Tricolor não merecia sair de campo com os três pontos. Segundo o comentarista da Jovem Pan, os visitantes pressionaram os donos da casa e deveriam sair de campo, no mínimo, com um empate.

“O São Paulo fez com um minuto. Às vezes quando isso acontece o time relaxa. Mas, no caso do São Paulo não aconteceu isso. Pelo menos no primeiro tempo o São Paulo criou mais, teve chance. No segundo, o Vasco veio para cima e o São Paulo teve dificuldade. Tomou sufoco. Renan fez duas defesas importantes no final e o resultado foi enganoso. O Vasco merecia empatar”, analisou.

Apesar de injusto, o resultado ajuda muito o São Paulo na luta contra o rebaixamento. Flávio Prado disse que se a vitória não tivesse sido conquistada diante do Vasco, o Tricolor poderia se complicar ainda mais no Brasileirão, já que os rivais também venceram. “O São Paulo precisava da vitória para respirar, para dar moral. O resultado mostra que a maré de azar está virando”.

Ouça o gol da partida entre São Paulo e Vasco:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.