55 anos do bi: Seleção conquistou a Copa do Mundo e consolidou protagonismo

  • Por Thiago Uberreich/Jovem Pan
  • 17/06/2017 13h48 - Atualizado em 29/06/2017 00h38
Arquivo/Estadão Conteúdo Seleção Brasileira comemora o segundo título mundial no Chile

“Fantástico e fenomenal”, a marcha da rádio Panamericana homenageava os bicampeões de 62. A conquista da Copa do Mundo pela Seleção, quatro anos depois do primeiro título, em 1958, colocou o futebol brasileiro de vez no topo do mundo.

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O treinador Aimoré Moreira, que substituiu Vicente Feola no comando do time, destacava que, na prática, nada tinha mudado. “Indiscutivelmente, o trabalho que fizemos, a verdadeira família… e tem que levar em consideração um detalhe muito importante, que é a direção, homens excepcionais que dirigiam a Seleção”, lembrou.

Aimoré Moreira com Pelé, no treinamento antes da estreia (Arquivo/Estadão Conteúdo)

Elogiado por Aimoré Moreira, o homem forte do futebol Paulo Machado de Carvalho estava preparado para novamente superar as dificuldades: “a vitória virá se tivermos chances, se correr como nós presumimos”.

A estreia da Seleção diante do México, em Vinha del Mar, não foi a que a imprensa esperava – o futebol apresentado estava longe do de 58. Mas o placar de 2 a 0 deu confiança ao time – gols de Zagallo e de Pelé, o “Craque Café”, expressão usada por Geraldo José de Almeida no microfone da Panamericana.

A Copa, no entanto, terminaria antes para Pelé, que se contundiu no segundo jogo, diante da Tchecoslováquia, depois de um chute de fora da área. O drama do rei foi relatado por Otávio Muniz, também no microfone da Jovem Pan.

Forçado a repousar devido a contusão que sofreu no jogo contra a Tchecoslováquia, Pelé passa o tempo ao lado do goleiro Gilmar (Arquivo/Estadão Conteúdo)

Amarildo Tavares da Silveira, jogador do Botafogo, ganhou a missão de substituir o rei do futebol. 

Pelé e Amarildo, que o substituiu na Copa após lesão (Arquivo/Estadão Conteúdo)

Contra a Espanha, apesar de sair em desvantagem no placar, o Brasil tinha Garricha, que estava à vontade, jogando ao lado de um colega de clube. Os dois gols de Amarildo narrados por Geraldo José de Almeida deram a classificação ao time brasileiro.

Amarildo, substituto de Pelé, chora após garantir a vitória do Brasil por 2 a 1 sobre a Espanha (Arquivo/Estadão Conteúdo)

O lance mais famoso do jogo foi protagonizado por Nilton Santos, a enciclopédia do futebol – sabia de tudo, entendia até de malandragem. “A gente estava perdendo de 1 a 0, o time da Espanha era muito bom, com jogadores naturalizados. Minha sorte é que só me convenci que fiz o pênalti depois que vi o filme. Aquela coisa de malandragem… eu tenho sorte que o juiz estava distante. Se ele está em cima, com todo gesto que eu fizesse ele ia marcar, porque foi dentro da área, e ele achou que não foi, deu fora da área”, narrou o jogador.

Nas quartas-de-final, quem se destacou foi o gênio das pernas tortas que estava jogando por ele e por Pelé. Garrincha fez dois na vitória de 3 a 1 sobre o “Englis Team”, e o Brasil, de novo, estava entre os quatro melhores do mundo.

  

Garrincha foi o destaque na partida contra a Inglaterra (Arquivo/Estadão Conteúdo)

13 de junho de 1962. O estádio nacional foi o palco da semifinal contra os chilenos, que viram a festa verde e amarela. 

Em meio aos 4 a 2, restava uma preocupação para a final diante da Tchecoslováquia, mesmo adversário da primeira fase. Garrincha foi expulso contra o Chile. O bandeirinha uruguaio Estebam Marino dedurou ao árbitro chileno Arturo Yamazaqui que Mané teria dado um chute em um aniversário. No dia do julgamento, ninguém apareceu para depor contra o atleta brasileiro, que estava liberado para a decisão. 

Mesmo gripado e com 40 graus de febre, Garricha entrou em campo no estádio Nacional de Santiago.

O bicampeonato mundial veio em 17 de junho de 62 – dos 11 jogadores brasileiros, 8 estavam na decisão de quatro anos antes.

Como em 58, o time verde amarelo saiu perdendo, mas Amarildo, Zito e Vavá imortalizaram o placar de 3 a 1 contra a Checoslováquia.

Mauro Ramos de Oliveira repetiu o gesto de Bellini, e mostrou para o mundo que a Taça Jules Rimet continuaria nas mãos dos brasileiros.

Mauro, o capitão da Seleção Brasileira na Copado Chile, ergue a taça Jules Rimet depois da vitória contra a Checoslováquia (Arquivo/Estadão Conteúdo)

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