Convocação paga? Capitão com Leão, ex-Sport tenta apagar polêmica na Seleção

Você pode não saber, mas Leomar Leiria, ex-jogador de Sport, Náutico e Atlético-PR, já foi o capitão da Seleção Brasileira. O ano era 2001. O técnico? Emerson Leão. Então titular absoluto do Sport, o voluntarioso meio-campista foi convocado para a Copa das Confederações e vestiu a tarja mais cobiçada do planeta em quatro dos cinco jogos realizados pelo Brasil no torneio – sem poder contar com jogadores de Corinthians, Vasco, Flamengo e Cruzeiro, a Seleção atuou com um time “alternativo”, foi eliminada na semifinal pela França e acabou derrotada pela Austrália na decisão do terceiro lugar. 

Aqueles dias na Coréia do Sul e no Japão representaram o ápice da carreira de Leomar, que, em 17 anos de carreira, foi campeão da Série B pelo Atlético-PR e ganhou uma Copa do Nordeste e cinco títulos pernambucanos por Sport e Náutico. Tudo parecia um sonho para o jogador – que, se não era um primor técnico, compensava com muito fôlego e intensidade dentro de campo. 

Parecia… 

Doze anos depois da convocação de Leomar à Copa das Confederações, o presidente do Sport à época, Luciano Bivar, fez uma revelação bombástica: havia pago comissão a um lobista para que o jogador do time pernambucano fosse chamado à Seleção – coincidência ou não, o meio-campista seria vendido a um time sul-coreano em 2002, um ano depois de jogar quatro partidas como capitão da equipe canarinho.

Leomar virou o símbolo da fracassada passagem de Emerson Leão pela Seleção Brasileira. E, também, o protagonista de uma polêmica que, vira e mexe, volta a rondar as convocações do selecionado nacional.

Mas o ex-jogador do Sport garante não ter nada a ver com isto. Quase duas décadas depois de entrar para a história do futebol ao usar a faixa de capitão da Seleção Brasileira, Leomar só quer se esquecer das polêmicas que envolveram a realização do maior sonho de sua vida. 

“Na verdade, eu nem comento mais sobre isso aí. Faz tanto tempo já… É melhor esquecer isso aí“, pediu Leomar, hoje com 45 anos, em entrevista exclusiva a Daniel Lian que vai ao ar no próximo final de semana, na Rádio Jovem Pan. “Eu não fiquei sabendo de nada. Só queria fazer o meu trabalho, no clube e na Seleção. O que valeu foi ter participado da Seleção. Para mim, foi uma honra“, acrescentou. 

Leomar se aposentou em 2006, quando tinha 35 anos. Hoje, mora em Curitiba e atua com o agenciamento de jovens atletas. “Eu observo os meninos, faço as avaliações, trago para a minha empresa e indico para os clubes. Assim que aparece um jovem que está em destaque, tento levar para a minha empresa e sugerir para Atlético-PR, Coritiba, Londrina... É isto o que eu faço hoje em dia“, finalizou, ciente de que segue marcado pela polêmica que, querendo ou não, para sempre estará ligada ao seu nome.