Dunga pede foco dentro de campo e descarta “jogar em função de Neymar”

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2014 07h39
Reprodução Missão de “domar” Dunga é de Gilmar

A segunda passagem de Dunga pela Seleção Brasileira promete ser um período mais rígido. Em entrevista ao programa “Fantástico”, da Tv Globo, o treinador disse querer que se comentem mais dos jogadores dentro de campo do que fora dele. Além disso, o gaúcho pediu o fim do “melindre” no futebol brasileiro e garantiu que seu time não jogará em função de Neymar. Apesar do vexame do time na Copa do Mundo de 2014, o capitão do tetra não crê que o único futebol pentacampeão do mundo esteja defasado. 

Questionado sobre o que mudaria na preparação do Mundial de 2014, Dunga disse que, em seu trabalho, as pessoas se atentariam mais ao jogo dentro de campo e não a cabelo de jogadores ou encontro de familiares. “As pessoas têm que falar muito mais do que eu faço no campo do que eu faço extracampo”, disse. 

Ele também discordou do favoritismo pregado pela comissão técnica [mais precisamente por Felipão e Parreira] antes da competição. “Cada um é cada um. Eu ia falar que o Brasil ia jogar pra ganhar, que a gente joga em casa, é favorito, como sempre o Brasil é”. Contudo, o gaúcho evitou criticar o seu antecessor. “O cara foi campeão do mundo cara, campeão do mundo não se discute. Você paga pelas suas decisões, bem ou mal. E ele teve a hombridade de chegar e é isso”, avaliou. 

Com apenas um trabalho no Internacional após sua saída da Seleção Brasileira em 2010, Dunga garantiu que se preparou bem e está pronto para o novo desafio proposto. “Eu lia muito, via muitos jogos, via treinamentos, acompanhava. Trocava muitas informações, principalmente com o pessoal da Europa”, contou.

Situação do futebol brasileiro

Mesmo depois da goleada de 7 a 1 sofrida para a Alemanha, Dunga acredita que o trabalho não deva ser iniciado do zero. Ele vê um problema na base do nosso futebol. “Não é que o Brasil esteja defasado. O problema do Brasil é que os jogadores com 14, 16 anos, 17 anos começam a sua formação e já vão pra Europa. Se nós pegarmos esses jogadores que foram pra Europa nenhum deles é titular absoluto na sua equipe. Então o Brasil começa a perder nesse aspecto”. 

Com fama de disciplinador, o gaúcho deixou claro que não terá vergonha de “pilhar” seus jogadores se for preciso. “Se não tiver um pra dá-lhe um berro. E uma coisa assim que tem que ter em qualquer grupo, qualquer grupo, não tem jeito, eu não tenho que ficar melindrado de chamar atenção de mandar para aquele país. Não, não tem esse negócio, porque se eu não te mandar outro vai perder e eu também vou perder, então não! Acho que isso tá faltando um pouco no futebol em geral do Brasil moderno, quando tem essa exposição na mídia, essa grande exposição, então todo mundo tá muito com dedinho para chamar atenção do outro”. 

O treinador vê Neymar como “referência mundial”, mas descartou que sua equipe jogará voltado para suas ações. “Eu diria diferente. Não jogar em função do Neymar. Mas o Neymar jogar em função da seleção. O Brasil vai criar uma estrutura pra que ele possa ser o diferencial”, finalizou. 

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