Escolha de Tite para a Seleção teve a “benção” de Muricy: “disse que era meu momento”

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2016 14h16

Tite estreou na Seleção com vitória em cima do Equador por 3 a 0

Pedro Martins / MoWA Press Tite estreou na Seleção com vitória em cima do Equador por 3 a 0

Tite não dormiu quando aceitou o convite para comandar a Seleção Brasileira. Foram três noites em claro, assimilando a responsabilidade que cairia sobre ele. O mau desempenho desde o histórico 7 a 1 e a desconfiança de uma inédita não classificação para a Copa do Mundo em 2018 assustaram os torcedores, e o novo técnico teria que recuperar esta confiança do futebol nacional, com ainda mais uma “pressão”: Muricy Ramalho apostou nele.

Em entrevista exclusiva a Márcio Spimpolo, Vampeta, Beetto Saad, Helen Braun, Thiago Uberreich e Marcelo Mattos no Plantão de Domingo da Jovem Pan, Adenor Bacchi revelou que o ex-treinador, em conversa com Gilmar Rinaldi, disse que esta era a vez de Tite na Seleção. “Não é questão de ser o melhor, mas é o momento de cada um, momento profissional. E Muricy disse que era o meu momento”, contou.

Até o momento, porém, Muricy pode estar tranquilo com o aval. Tite está invicto, com quatro vitórias em quatro jogos, e a primeira colocação nas Eliminatórias sul-americanas.

Logo após convocar 24 jogadores para as últimas partidas do ano, contra Argentina e Peru, Tite reforçou a preocupação e a busca pela justiça. “É inevitável comentar deslizes, erros, mas não é de sacanagem, para ferrar ninguém. A gente trabalha para avaliar e fazer todos os acompanhamentos para ser o mais justo possível”, explicou.

E o técnico, apaixonado pelo trabalho, se diz “abençoado” por fazer o que gosta, e não vê problemas em acompanhar as partidas de segunda a segunda. Quem não aprecia tanto, porém, é a esposa Rose, que está morando com ele no Rio de Janeiro. Segundo Tite, ela cobra: “domingo é meu agora”. E a resposta é direta, aos risos: “então vamos assistir Flamengo x Corinthians comigo”. Família e trabalho, ao lado de saúde e espiritualidade, são as prioridades do treinador, que busca encaixar tudo.

Melhorias no futebol:

O objetivo de Tite é ser voz ativa para habilitar e aprimorar o futebol no Brasil. Segundo ele, é possível ter técnicos, atletas, imprensa, dirigente e torcedores mais qualificados, e é necessário todos andarem juntos, pois é o “conjunto da obra que faz o futebol ser melhor”. Um curso profissionalizante com padrão UEFA, para Tite, é algo fundamental, que daria uma grande credibilidade, uma chancela de conhecimento e formação. “Hoje há uma lacuna no Brasil, mas a CBF já está buscando esse credenciamento”, garantiu.

Neymar

“Futebol é esporte coletivo”. Tite faz questão de bater nessa tecla, e acredita que falar em “Neymardependência” na Seleção é algo muito errado.

“É desumano colocar em um atleta só os louros da vitória ou o insucesso da derrota”, apontou. Na visão do treinador, grandes equipes mostram que o coletivo vem antes do individual, e há algo errado tanto em depositar no atacante do Barcelona as responsabilidades quanto no atleta não entender que deve participar da marcação quando a equipe está sem a posse de bola.

Rogério Ceni

Rogério Ceni como próximo treinador do São Paulo? O assunto pipocou nos últimos dias, e o goleiro, que já afirmou ter interesse no cargo, garantiu que pretende se profissionalizar e realizar alguns “testes” antes de assumir o papel à beira do gramado.

E Tite acredita que esta é mesmo a melhor escolha para o ex-atleta, que tem tudo para “virar um técnico de qualidade”. “É questão de tempo, de preparação e informação”, completou.

Palmeiras

Tite ainda é o atual campeão brasileiro, já que em 2015 conduziu o Corinthians ao hexacampeonato, e com a disputa ainda “fresca”, preferiu ser cauteloso quanto a um possível título palmeirense em 2016. 

“Há um encaminhamento, mas não tem conquista pronta, é muito cedo. Não dá para baixar a guarda”, reforçou. 

Ouça a entrevista completa com o treinador da Seleção Brasileira no áudio acima.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.