Sem Fifa, Zico pede limpeza geral e critica CBF: “não mexeu nada para me ajudar”

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2016 17h23
Rafael Ribeiro/CBF Zico disse que a Seleção Brasileira perdeu dois anos tendo Dunga, e não Tite, como técnico depois da Copa de 2014

renúncia de Joseph Blatter abriu espaço para que Zico ansiasse a presidência da Fifa. Tudo, porém, não passou de um sonho bem distante. O ex-jogador do Flamengo chegou a lançar campanha no segundo semestre do ano passado, mas, semanas depois, teve de retirar a candidatura ao comando da entidade. O motivo? Não havia conseguido indicações de cinco federações nacionais – condição para que qualquer dirigente participe da eleição. Nem mesmo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu o suporte que Zico imaginava, de acordo com o próprio. 

Em entrevista a Nilson César, da Rádio Jovem Pan, o ídolo brasileiro revelou que foi à CBF no meio do ano passado para conversar com o então presidente Marco Polo Del Nero. Zico disse que, na ocasião, recebeu a promessa de que teria o apoio da entidade. A confederação teria se comprometido a enviar uma carta de indicação à Fifa caso o ex-jogador angariasse outras quatro. No fim, contudo, o ex-meia só conseguiu entregar duas cartas – de São Tome e Príncipe e Angola. Apesar da promessa, então, a CBF não fez a indicação de Zico. 

Há alguns meses, eu fui à CBF para tentar um apoio no processo de candidatura à presidência FIfa, e nem isso foi possível. Ela simplesmente achou que poderia dar uma carta lá, mas não mexeu nada para me ajudar, para ajudar um brasileiro a chegar à Fifa“, criticou o Galinho, no papo exclusivo com o locutor da Jovem Pan. 

DecepcionadoZico descartou qualquer chance de, hoje, tentar assumir a presidência da entidade nacional. “Com os moldes atuais da CBF, é praticamente impossível que qualquer um se candidate“, afirmou. “O colégio eleitoral acaba não dando oportunidades para ninguém além daqueles que já estão no meio. Se o Del Nero conseguir se safar de todas essas investigações, então, a possibilidade de ele ficar mais uns oito anos no comando é muito grande”, acrescentou.

Atualmente, de acordo com o regulamento da CBF, para que alguém se inscreva e lance candidatura à presidência da entidade, é necessário ter o apoio de cinco federações estaduais e oito clubes brasileiros. Zico até acredita ser possível conseguir o suporte das equipes, por causa do desgaste de algumas delas com a confederação, mas nada além disso. E, ele garante, não se trata de um pessimismo sem fundamento. 

Não é questão de só pensar que não dá para chegar à presidência da CBF. O problema é a realidade, mesmo”, contou Zico. “Esse sistema atual impede que você consiga até se candidatar. Querer, muita gente quer. O problema é a realidade. A situação só vai mudar quando houver uma limpeza geral em tudo. Novas eleições, alteração na forma de se candidatar… Aí, com certeza, muita gente de bem tentaria uma eleição“, encerrou.

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