Integrantes da Chapecoense são alvos de piadas de mau gosto em voos

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2017 14h02

Rui Costa Divulgação / Chapecoense Rui Costa

A Chapecoense realizou na última semana sua primeira viagem internacional desde o acidente aéreo que vitimou o elenco e comissão técnica no fim do ano passado. O time catarinense venceu a sua partida de estreia na Copa Libertadores contra o Zulia e, como era de se esperar, foi recebido com muita emoção na cidade da Maracaibo, na Venezuela.

Apesar de toda a comoção, existem alguns poucos que fazem piadas de mau gosto com os jogadores durante as viagens que o time tem feito esse ano. Em entrevista a Flávio Prado, durante o Jovem Pan no Mundo da Bola deste sábado, o diretor de futebol de Chapecoense, Rui Costa, revelou que algumas pessoas tem feito comentários maldosos nos encontros com o elenco reformulado do time.

“Às vezes, infelizmente, e esse é um ponto muito desagradável, a gente ouve uma piadinha, um tipo de humor negro, que é desrespeitoso com o clube. Infelizmente não é raro a gente chegar num voo e ouvir ‘xi, os caras tão aí’.”, afirma. “Eu falo isso para mostrar a maturidade e como estamos preparados, porque a vontade que dá é de reagir de forma muito veemente. Imagina passar por tudo que nós passamos e ouvir idiotas falando ‘cuidado’, ‘vamos descer do avião’”.

Na visão de Costa, a notoriedade que esse assunto teve gerou um tipo de repercussão muito negativa. “Isso nos entristece e indigna, mas neste momento estamos preparados para ter uma atitude madura e de absoluto desprezo quando isso acontece”, lamentou o dirigente,

Apesar da situação, Costa garante que esse tipo de comportamento representa uma minoria dos encontros do time catarinense com o público. “95% das manifestações que recebemos são de solidariedade, de respeito, de afeto, mas infelizmente existem os 5% que de vez em quando a gente encontra”, diz.

Rui Costa também comentou a recente notícia de que algumas esposas dos jogadores vitimados na tragédia na Colômbia estariam processando a Chapecoense para receber os direitos trabalhistas dos falecidos atletas. O dirigente não deu muitos detalhes, mas garante que o presidente Plínio de Nês tem trabalhado com seriedade para garantir as indenizações às famílias das vítimas. “O que eu posso dizer, sem avançar em nada em relação a esse tema, porque foge ao meu objetivo de trabalho, é que nós acompanhamos diariamente o empenho do presidente e dos seus pares para que tudo seja feito de forma justa e adequada. O clube fez um levantamento contábil muito claro, tornando público isso, com todos os valores que foram direcionados através de doações. Isso foi publicado nesta semana. O que eu posso te garantir é que foi tudo contabilizado de forma que haja total transparência”, afirmou Rui Costa.

Outra informação circulada na última semana diz respeito a participação da Chapecoense na Copa Suruga, torneio realizado anualmente no Japão com a presença do campeão da Copa Sul-Americana. Rui Costa conta que o interesse do clube era repassar a vaga ao Atlético Nacional, como forma de retribuição ao gesto do clube colombiano de ceder o título continental ao time de Santa Catarina, porém esbarra em questões legais e deve participar do torneio.

“Não tem nada a ver com o calendário, tem a ver com o gesto nobre que o presidente teve de retribuir o Atlético Nacional pela sua intenção de que fossemos campeões da Sul-Americana. O que ocorre é que este jogo é um jogo de caráter oficial, com uma série de regras.  Nós fizemos uma consulta a Conmebol que talvez seja impossível cumprir, não por conta de uma volta atrás do presidente, mas por uma questão administrativa no que diz respeito a regulamentação que se veicula a esse jogo. Muito provavelmente esse jogo terá que ser feito pela Chapecoense, por conta de uma impossibilidade normativa, de regulamento. Nada disso ainda foi formalizado, nós estamos aguardando, mas a tendência é que nós faremos esse jogo no Japão, representando a Chapecoense”, afirmou Rui.

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