Justiça revoga nomeação de Thiago Pereira e cancela eleição da CBDA

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/03/2017 12h30
Divulgação/Comitê Olímpico Brasileiro Thiago Pereira chegou a 23 medalhas nos Jogos Pan-Americanos e superou o ginasta cubano Erick López

A nadadora Joanna Maranhão conseguiu sua mais expressiva vitória em sua longa batalha contra a gestão das modalidades aquáticas no País. Em uma ação movida por ela, pelo ex-nadador Rodrigo Munhoz e pela veterana atleta olímpica de polo aquático Camila Pedrosa, a Justiça determinou a revogação da indicação de Thiago Pereira e mais quatro atletas para a Comissão de Atletas e ainda cancelou a eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), marcada para o próximo dia 18.

Como revelado pela Agência Estado no último dia 16, foi o atual presidente da CBDA, Coaracy Nunes, quem escolheu os cinco atletas que representariam seus pares na Comissão de Atletas formada às pressas para ter direito a voto na eleição da CBDA. O próprio dirigente, por exemplo, telefonou para Ana Marcela Cunha para que ela aceitasse representar os atletas das maratonas aquáticas. 

No mesmo dia dessa ligação, uma reunião da qual participaram Thiago Pereira, João Felipe Coelho (polo aquático), Maria Clara Lobo (nado sincronizado), Hugo Parisi (saltos ornamentais) e uma pessoa apontada por Ana Marcela por procuração, Thiago foi escolhido como presidente da comissão, com direito a voto na eleição da CBDA. 

Joanna, Rodrigo e Camila, porém, entraram com recurso contra a montagem dessa comissão. A decisão saiu na sexta-feira, dada pelo juiz Leonardo de Castro Gomes, da 17.ª Vara Cível do Rio de Janeiro. 

Ao entender que a eleição para a formação da comissão de atletas deve ser direta, como manda a Lei Pelé, ele declarou nulo o artigo do Estatuto da CBDA que determina que o presidente indique os membros da comissão. Também condenou a CBDA a realizar eleições diretas, “através do voto direto dos próprios atletas, em conjunto com as entidades que os representem”.

Por fim, decidiu que a CBDA não pode organizar eleições para diretoria ou membros do conselho fiscal, inclusive a marcada para o próximo dia 18, “até que se regularize a Comissão Nacional de Atletas”

A eleição tem duas chapas concorrendo à presidência. Uma, encabeçada por Miguel Cagnoni, ex-presidente da Federação Aquática Paulista (FAP), de oposição. O grupo que comanda a CBDA apostava em Ricardo de Moura, atual superintendente executivo, mas o nome dele apareceu ligado a diversas denúncias recentemente. Assim, o candidato apresentado pela situação é Sérgio Silva, presidente da Federação Baiana.

“A comissão designada pelo presidente, é, de fato, ilegal. Entramos na justiça por um símbolo de resistência. Aonde isso vai chegar, não interessa, mas é um marco importante”, comentou Joanna Maranhão, que não esperava uma decisão tão rápida da Justiça.

Ela fez questão de ressaltar que não há um conflito entre ela e os atletas escolhidos por Coaracy, entre eles Thiago. “Nós dois, nesse momento, divergimos de opinião. Talvez, em outras pautas, nossas opiniões sejam convergentes. É assim que tem que ser o debate, no campo das ideias. Eu conversei com a Ana Marcela, que é uma grande amiga, eu deixei claro que não era contra ela, que o respeito permanecia, ela entendeu completamente. É assim que tem de ser.” Ana Marcela e Joanna são do mesmo clube, a Unisanta.

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