Alvo de investigação da Águas Claras, dirigente da CBDA se entrega no Rio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/04/2017 12h29
Satiro Sodré/SSPress/CBDA Ricardo de Moura é executivo da CBDA e foi alvo da Operação Águas Claras

Foragido da Operação Águas Claras, o secretário-geral de natação e executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, se entregou na noite desta sexta-feira (07), no Rio. Contra ele, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA, que não teriam sido devidamente aplicados nos esportes aquáticos. O presidente Coaracy Nunes e outros dois dirigentes da entidade, Ricardo Cabral (coordenadoria técnica de polo aquático) e Sergio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro), estão custodiados na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu – mesmo presídio onde está o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, capturado na Operação Lava Jato.

Entre as fraudes investigadas pela Águas Claras, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Há indícios de que a empresa vencedora seja apenas de fachada, pois em seu endereço na capital paulista funciona uma Pet Shop.

Também é alvo da Águas Claras a contratação, com suspeitas de irregularidade, de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas por meio de convênios com o Ministério do Esporte.

A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério do Esporte, deixaram de ser aplicados no polo aquático. Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção júnior de polo aquático, campeã sul-americana e pan-americana, para o Mundial do Casaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.

Na esfera cível, o Ministério Público Federal já levou à Justiça duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da confederação, Coaracy Gentil Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

A Operação Águas Claras está sendo conduzida pela Polícia Federal e pelos procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção em São Paulo Thaméa Danelon, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva, com a participação da Controladoria-Geral da União.

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