Mesmo com tropeços, a Olimpíada está aí; confira o que esperar de bom e de ruim

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2016 14h41
Daniel Ramalho/Rio 2016 Olímpiadas do Rio de Janeiro Rio 2016

Sete anos se passaram desde que o Rio de Janeiro foi escolhido como a cidade-sede dos Jogos Olímpicos. Muita água rolou nesse período. Atraso de obras, denúncias de superfaturamento, surto de dengue, de zika, mudanças no comando do País.

O fato é que, aos trancos e barrancos, o Brasil conseguiu organizar a maior competição esportiva do mundo. Agora, será que vai valer a pena? Se focarmos apenas na parte esportiva, os Jogos prometem ter o mesmo sucesso que a Copa do Mundo teve em 2014. Já no aspecto geral, o cenário não é tão otimista assim.

Apesar de a bola rolar no futebol dois dias antes, no próximo dia 05 de agosto as Olimpíadas começam oficialmente – serão 19 dias de competições em 42 modalidades. A Jovem Pan Online preparou uma lista com cinco motivos para se animar com os jogos e outros cinco para se preocupar.

Confira: 

O que vai brilhar 

1. Número de medalhas

A delegação brasileira nunca se preparou tanto para uma Olimpíada quanto para 2016. A meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é chegar na Cerimônia de Encerramento, no dia 21, no Top 10 do quadro de medalhas com 25 medalhas conquistadas, e o Brasil tem chances de alcançar essa marca. Vale ficar de olho no vôlei, tanto de quadra quanto de praia, na nossa ginástica e no judô.

2. Jogar em casa

O apoio da torcida parece ser um fator que ajuda os países que sediam os Jogos Olímpicos. Em todas as edições da Era Moderna, desde 1896, apenas quatro países-sedes não ficaram entre os 10 maiores medalhistas da edição em seu país. A exceção mais recente foi a Grécia, que em 2014 ficou na 15ª colocação do quadro de medalhas.

3. A Seleção é favorita

O torneio do futebol masculino conta com grandes seleções, como Colômbia, Alemanha, Argentina e Portugal, porém seus grandes craques não receberam autorizações dos times para disputar os Jogos. Com isso, a única Seleção que conta com um astro é o Brasil, que terá Neymar vestindo a camisa 10. Além do atacante do Barcelona, a parte ofensiva também terá Gabigol e Gabriel Jesus, as duas principais promessas do futebol brasileiro atualmente. Junto com o apoio da torcida, o Brasil tem grandes chances de superar seus vexames recentes e conquistar sua inédita medalha de ouro.

4. Chance de ver grandes atletas

Os Jogos Olímpicos tiveram algumas baixas, porém grandes esportistas do mundo estarão no Rio de Janeiro para brigar pelas medalhas da 28º edição dos Jogos Olímpicos. Usain Bolt correrá pelo Estádio Nilton Santos para se firmar novamente como o homem mais rápido do mundo, enquanto o Centro Aquático Maria Lenk será palco de um possível show de Michael Phelps. A Olimpíada ainda contará com astros da NBA no “Dream Team” norte-americano e os principais tenistas do mundo, Novak Djokovic e Rafael Nadal.

5. A ausência da delegação russa

Parece algo ruim (leia mais abaixo), mas isso aumenta nossas chances de medalhas! Grandes adversários do Brasil ficarão de fora da disputa com o veto aos atletas russos. É o caso da saltadora Yelena Isinbayeva, principal rival da brasileira Fabiana Murer na disputa pelo ouro no salto com vara.

O que deve azedar

1. Obras inacabadas

A chegada das delegações na Vila Olímpica escancarou para o mundo os problemas estruturais nos apartamentos dos atletas, mas, muito além disso, a sujeira na Baía de Guanabara, palco das provas de vela, talvez seja uma das principais queixas da imprensa internacional. Ao contrário do grande projeto de limpeza do local, o que se vê são barreiras improvisadas para impedir que a sujeira se aproxime da área das provas. Isso provavelmente não impedirá contaminação dos atletas que entrarão em contato com as águas. 

2. Zika Vírus

Uma das maiores preocupações dos atletas e turistas é com o surto de Zika no Rio de Janeiro. Alguns dos principais golfistas do mundo desistiram de disputar os Jogos por medo da doença. Quem vem promete se proteger contra o mosquito, como é o caso da goleira norte-americana Hope Solo, que preparou um arsenal de repelentes para vir ao Brasil, e do jogador de basquete espanhol Pau Gasol, que afirmou que congelerá esperma para não por em risco uma futura tentativa de ter filhos. O COI já anunciou que distribuirá 450 mil preservativos e 115 mil repelentes entre os atletas.

3. Ameaça do terrorismo

A violência já um problema endêmico no Rio de Janeiro, porém, o efetivo policial de mais de 22 mil homens que garantirão a segurança dos atletas e turistas deverá também se preocupar com a ameaça de ataques terroristas. Uma operação da Polícia Federal na semana passada prendeu doze suspeitos de associação com o Estado Islâmico e de planejar ataques durante os Jogos.

4. A ausência da delegação russa

Essa é tão emblemática que consta em ambas as listas. Apesar de ajudar o Brasil, como já citado, nunca é legal ver grandes atletas impedidos de disputar os Jogos Olímpicos. O escândalo de doping envolvendo os russos colocou o COI contra a parede e caberá agora às federações de cada esporte decidir quem vem ao Rio de Janeiro. O único veto garantido é ao atletismo. A postura rigorosa do Comitê Olímpico liga um alerta em atletas do mundo todo sobre o uso de substâncias proibidas.

5. Legado

Foram mais de R$ 39 bilhões investidos em obras para os Jogos Olímpicos, mas pouco do que foi construído continuará a ser utilizado depois de setembro, quando acaba os Jogos Paralímpicos. O exemplo positivo é a Arena do Futuro, que se transformará em quatro escolas. Das promessas feitas durante a campanha de candidatura, o legado ambiental será o menos alcançado. Os objetivos de despoluição de da Guanabara e das lagoas de Jacarepaguá foram abandonados, assim como a meta do plantio de 34 milhões de árvores.

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