Herói na Davis, Del Potro celebra título após se ver “muito perto” de parar

  • Por Estadão Conteúdo
  • 28/11/2016 14h32

Del Potro comandou equipe argentina na conquista da Davis

EFE Del Potro comandou equipe argentina na conquista da Davis

Com duas vitórias na decisão da Copa Davis, sendo uma delas épica no último domingo, Juan Martín del Potro coroou em grande estilo o final da temporada na qual pôde retornar ao circuito profissional jogando em alto nível após dois anos seguidos atrapalhados por uma série de graves lesões no punho. 

Vice-campeão olímpico nos Jogos do Rio, em agosto, quando eliminou já na estreia do torneio de simples o sérvio Novak Djokovic e só foi cair na decisão do ouro diante do britânico Andy Murray, atual líder do ranking mundial, Del Potro depois daria o troco no rival na semifinal desta edição Davis, em Glasgow, na Escócia, onde foi decisivo para levar a Argentina à final.

No último domingo, manteve os argentinos vivos na decisão diante da Croácia, em Zagreb, ao superar Marin Cilic, atual sexto tenista do ranking mundial, por 3 sets a 2, de virada, em um jogo de quase cinco horas. Antes disso, derrotou Ivo Karlovic no primeiro dia do confronto entre os dois países, na sexta-feira, e esteve em quadra na derrota que os argentinos sofreram na partida de duplas que deixou os croatas a um triunfo do título, no sábado.

A vitória heroica de Del Potro no domingo serviu como motivação extra para Federico Delbonis, 41º colocado da ATP, que passou pelo experiente Ivo Karlovic, o atual 20º, com surpreendentes 3 sets a 0 para dar o título inédito da Davis à Argentina, fechando a série melhor de cinco partidas com a Croácia em 3 a 2.

“Me inspirei em Juan Martín, em tudo o que ele passou desde o terceiro set (do jogo contra Cilic). Essa foi a grande motivação para mim”, afirmou o outro herói argentino deste domingo na decisão.

Del Potro, por sua vez, festejou o fato de que conseguiu uma reação incrível diante de Cilic, após perder dois sets. “Desde a parte emocional, foi um dos jogos mais importantes da minha vida Vou lembrar dele para sempre, vai ser inesquecível”, ressaltou o argentino, reconhecendo que há pouco tempo se viu muito próximo de se aposentar do tênis profissional, tendo em vista os seguidos problemas no punho e as cirurgias as quais foi submetido nos dois anos anteriores.

“Obrigado a todos que não deixaram que eu me aposentasse. Estive muito perto de não jogar mais e aqui estou”, comemorou Del Potro, que por causa dos longos períodos de afastamento das quadras chegou a figurar na 1.045ª colocação da ATP em 8 de fevereiro deste ano. Ex-número 4 do mundo, ele fechou a temporada como 38º colocado do ranking, sendo que derrotou em 2016 seis dos dez jogadores que terminaram entre os dez primeiros.

Campeão do ATP 250 de Estocolmo, em outubro, quando encerrou um jejum de títulos que durava desde janeiro de 2014, quando faturou o Torneio de Sydney, Del Potro também foi reconhecido pela ATP com o prêmio de melhor retorno do ano. Para completar, foi às quartas de final do US Open, torneio de Grand Slam que conquistou em 2009, e saiu ovacionado de quadra pela torcida mesmo após perder para o suíço Stan Wawrinka, que anteriormente o argentino havia derrotado na última edição de Wimbledon.

Para se ter uma ideia da evolução de Del Potro, nesta temporada ele acumulou 32 vitórias em 42 partidas, após ter realizado apenas quatro jogos em 2015, quando venceu dois deles e perdeu outros dois. E o seu calvário já havia começado em 2014, quando, embora tenha sido campeão em Sydney, disputou apenas dez jogos, ganhando sete e perdendo três, sendo que fez a sua última partida naquele ano em fevereiro.

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