Alonso-Ferrari: o casamento “perfeito” que confirmou um divórcio anunciado

  • Por Agencia EFE
  • 20/11/2014 14h42

Adrian R. Huber.

Putrajaya (Malásia), 20 nov (EFE).- O espanhol Fernando Alonso, bicampeão mundial de Fórmula 1, e Ferrari, a escuderia mais vencedora da principal categoria do automobilismo, que há cinco anos assinaram o que parecia um casamento perfeito, confirmaram nesta quinta-feira em Abu Dhabi a crônica de um divórcio anunciado.

Alonso, ganhador de 32 Grandes Prêmios, só conseguiu 11 vitórias nas cinco temporadas em que defendeu a escuderia italiana, única presente nos grids desde o primeiro campeonato de F-1, em 1950, e a que mais títulos detém: 15 de pilotos e 16 de construtores.

O genial piloto, que se sagrou campeão com a Renault em 2005 e 2006, sob a batuta de Flavio Briatore, estreou da melhor maneira possível na Ferrari, ganhando sua primeira corrida, um GP do Bahrein.

Fernando entrou pela porta da frente em Maranello, igualando naquele dia de estreia um feito conseguido apenas pelo americano Mario Andretti (em 1971, sua única vitória na Ferrari), o inglês Nigel Mansell (em 1989, a primeiro de três em dois anos) e seu atual companheiro, o finlandês Kimi Raikkonen, em 2007, ano no qual conquistou o último Mundial de pilotos para a escuderia.

Em sua primeira temporada na Ferrari, Alonso ganhou cinco corridas: a citada no Bahrein, mais as de Alemanha, Itália, Cingapura e Coreia do Sul. Chegou à última etapa do Mundial, em Abu Dhabi, como líder, mas uma falha de estratégia da equipe serviu de bandeja ao alemão Sebastian Vettel o primeiro de seus quatro títulos. Vettel que, curiosamente, foi anunciado nesta quinta-feira como substituto de Alonso na Ferrari a partir de 2015.

A partir daí, Alonso teve que encarar o carro invencível projetado pelo inglês Adrian Newey para a Red Bull. Mesmo assim, Alonso conquistou três vice-campeonatos, e em 2012 teve chances de ganhar o título até o último GP.

Considerado por muitos o melhor piloto do grid, o espanhol não conseguiu apenas uma vitória em 2014, e junto com Kimi Raikkonen, pode protagonizar uma triste marca para a Ferrari: fechar um ano sem sequer um primeiro lugar no pódio, o que não acontece na equipe desde 1993.

Que Alonso só tenha alcançado 11 triunfos e quatro poles em cinco anos na Ferrari soa muito aquém do esperado. Ainda mais se for levado em conta que, nos dois anos em que se sagrou campeão na Renault, ele teve desempenho muito superior: em 2005 e 2006, venceu 14 corridas e largou na frente em 11 ocasiões.

“Sinto que era o momento de encontrar novos projetos e motivações. Não foi fácil tomar a decisão, e só o tempo dirá se ela foi boa ou ruim”, explicou Alonso hoje, sem confirmar seu destino, que, exceto uma grande surpresa, parece ser uma nova passagem pela McLaren. EFE

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