Tarso Marques vê carro mais importante do que experiência para Verstappen

  • Por Thiago Mendonça
  • 23/08/2014 15h03
Jovem Pan Max Verstappen

A Fórmula 1 está cada vez mais virando uma modalidade de garotos. Depois do russo Daniil Kvyat estrear nesta temporada com 19 anos, será a vez de Max Verstappen, 16 anos, ser o piloto mais jovem dentro de um carro da categoria em 2015. Para Tarso Marques, o brasileiro mais jovem a correr na F1, a idade desse pilotos não quer dizer que eles correm um risco maior de sofrerem acidentes do que os adversários. 

-“Eu acho que não está ligado exclusivamente á idade. Tem pilotos que são cautelosos desde o início da carreira e tem outros que arriscam mais. Normalmente tem um sucesso mais imediato o mais rápido, mas há sempre o risco de ser taxado como ‘louco’, como rápido. É só ver o próprio Ayrton, já corria de McLaren, já era campeão do mundo e batia muito”, explica Tarso.

O brasileiro estreou a Fórmula 1 no GP do Brasil de 1996, quando tinha 20 anos. Marques fez uma grande primeira volta, mas acabou abandonando a prova. Ao todo, foram 24 GPs na maior categoria do automobilismo mundial, não tendo pontuado em nenhuma prova.

Piloto da Minardi naquela época, Tarso explica que a qualidade do carro será muito mais importante para Verstappen, que correrá pela Toro Rosso, do que uma experiência que poderia ter adquirido em categorias de preparação.

“A partir do momento que você anda no limite, mais do que o carro anda, o que acontece muito, o que eu diria que não é só pela idade, mas porque o piloto quando entra na F1 geralmente não está na melhor equipe, ele quer tentar fazer o milagre tentar ser competitivo, então sempre está andando mais do que o carro anda e obviamente tem mais risco de bater. Já um piloto mais experiente, numa equipe melhor, por causa de uma situação muito mais confortável assume muito menos riscos. O próprio Schumacher quando andava de Ferrari e ganhava muitos títulos errava muito menos do que quando estava na Mercedes e não era um carro ganhador”, afirma o brasileiro.

“Hoje em dia os pilotos são mais bem preparados desde o início, principalmente por causa de empresas, como a Red Bull e Ferrari, que fazem escolinhas. Na minha época não existia isso, então você já pega um piloto que vem treinando desde o kart, então amadurece muito mais rápido, porque tem um treinamento não só na parte de pilotagem como também na parte técnica, física, emocional e muito treinamento no simulador. Isso na minha época não acontecia, então o piloto consegue uma maturidade muito antes do que se conseguia na minha época”, completa.

Para Tarso Marques, anúncios como a da última semana serão cada vez mais comuns na Fórmula 1, reflexo da preparação feita com os jovens antes mesmo de serem contratados por uma equipe da modalidade.

“Eu acho que a tendência é ter cada vez mais. Eu lembro que quando eu estreei na F1 todo mundo achava um absurdo. Se eu não me engano naquela temporada o segundo piloto mais novo tinha 24, 25 anos. Todo mundo achava um absurdo um piloto tão novo e hoje é tendência, daí para menos, e vai ser cada vez mais assim. É óbvio que se tiverem sucesso isso vai aumentar muito e rápido”, conclui.

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