Brasil repete 4º lugar, mas festeja recordes no Mundial Paralímpico de Natação

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/12/2017 13h26
Divulgação/Daniel Zappe/MPIX/CPB Brasil terminou o Mundial Paralímpico com 18 medalhas de ouro, 9 pratas e 9 bronzes

O Mundial Paralímpico de Natação foi encerrado na noite da última quinta-feira (7), na Cidade do México, e acabou de forma bastante positiva para o Brasil. Embora tenha repetido o quarto lugar que alcançou na classificação do quadro geral de medalhas na edição anterior da competição, em Glasgow-2015, na Escócia, o número e a qualidade de pódios aumentou de forma considerável.

O País quebrou o seu recorde de ouros em uma edição do evento, com 18, ultrapassando os 14 obtidos em Eindhoven-2010, assim como atingiu o seu maior número de pódios na história do evento, com 36. Foram mais nove pratas e nove bronzes, totalizando 36 medalhas. Há dois anos, no Mundial realizado na Escócia, o time nacional subiu 23 vezes ao pódio, com 11 medalhas douradas, oito prateadas e quatro bronzeadas. Ou seja, evoluiu ainda em quantidade de honrarias em todos os degraus.

Somente no último dia de disputas deste Mundial em solo mexicano, o Brasil ganhou cinco medalhas, sendo três delas de ouro, com Thomaz Matera (100 metros livre na classe S12), Cecília Araújo (50m livre S8) e André Brasil (400m livre S10), além de duas de bronze, com Talisson Glock (200m medley S6) e Felipe Caltran (100m borboleta S14). Em número de pódios, o País alcançou dez a mais do que o seu antigo recorde de 26 somados de forma consecutiva em Durban-2006, Eindhoven-2010 e Montreal-2013.

Com este desempenho expressivo na capital mexicana, o Brasil firmou-se como potência paralímpica da natação, sendo que brigou de forma equilibrada com a Itália pela conquista do terceiro lugar no quadro de medalhas até a última quinta-feira, quando a nação europeia assegurou o posto ao terminar o Mundial com 20 ouros, dez pratas e oito bronzes. A China, com 30 pódios dourados, 16 prateados e dez bronzeados, foi a grande vencedora da disputa por nações na qual subiu 56 vezes ao pódio, contra 54 dos Estados Unidos, vice-campeões com 21 ouros, 20 pratas e 13 bronzes.

Destes 21 ouros norte-americanos, mais de um terceiro foi alcançado pelo fenômeno Jessica Long, que ganhou as oito finais que disputou no México e individualmente foi o grande nome desta edição do Mundial, entre homens e mulheres, deixando logo atrás dela André Brasil, que contabilizou sete ouros e uma prata em oito finais disputadas. 

Vale destacar também o grande desempenho do astro paralímpico Daniel Dias, que somou seis ouros em sete provas e atingiu a histórica marca de 30 medalhas douradas na história da competição, na qual também ostenta outras seis pratas. E só não são sete medalhas prateadas ao total porque a equipe do revezamento misto 4x50m livre do Brasil foi desqualificada da final em que terminou em segundo lugar, na última quinta, antes de a arbitragem apontar que Patrícia Santos queimou a largada na prova.

FORÇA FEMININA – Também no aspecto individual da delegação de 17 atletas paralímpicas que o Brasil levou para esta competição no México, destaque para o fato de que todas as seis mulheres que competiram pelo País conquistaram ao menos uma medalha. Foram elas: Edênia Garcia, Raquel Viel, Patrícia Santos, Joana Neves, Beatriz Carneiro e Cecília Araújo. Entre elas, Raquel Viel subiu ao pódio depois de mais de um ano lutando contra um câncer de mama, fato que já fazia da sua simples participação neste Mundial uma grande vitória.

Para completar, o Brasil consagrou no México seis novos campeões do mundo que nunca haviam ouvido o hino nacional tocar enquanto estavam no topo do pódio da competição. Tratam-se de Ítalo Pereira, Phelipe Rodrigues, Thomaz Matera, Ruan Souza, Talisson Glock e Cecília Araújo.

“A nossa participação foi extremamente positiva. Conquistamos um número muito expressivo de medalhas, superando nossa performance de Glasgow-2015, e estamos felizes com a renovação, por termos seis novos campeões mundiais. Daniel Dias e André Brasil são sempre os principais destaques e estão sempre liderando o nosso grupo, mas é muito importante ressaltar jovens como Talisson Glock, Ítalo Pereira e Cecília Pereira, a mais nova da delegação, com apenas 19 anos, e que venceu uma medalha de ouro”, ressaltou Jonas Freire, diretor-técnico adjunto do Comitê Paralímpico Brasileiro, logo depois do término do Mundial de 2017.

Há dois anos, em Glasgow, a Rússia foi a grande vencedora do Mundial Paralímpico, com 32 ouros e 71 pódios ao total, enquanto a Ucrânia, que optou por se ausentar deste Mundial no México após o evento ser adiado em dois meses por causa do trágico terremoto que matou centenas de pessoas na capital asteca, em setembro, foi a vice-líder. Já os Estados Unidos ficaram em terceiro lugar na Escócia e agora galgaram um posto com o vice-campeonato no México.

O próximo Mundial Paralímpico de Natação será realizado em agosto de 2019, na cidade de Kuching, na Malásia. Será o último principal evento do calendário da modalidade adaptada antes da Paralimpíada de Tóquio-2020, maior objetivo deste ciclo iniciado depois do término dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.