Presidente do Santos defende Del Nero: “quem precisa viajar é piloto de avião”

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2017 17h42
Johnny Drum/Jovem Pan O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, vai tentar se reeleger no fim do ano.

Investigado pelo FBI em processo de corrupção envolvendo dirigentes ligados à Fifa, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, não sai do País desde maio de 2015. Críticos ao mandatário argumentam que a ausência de viagens enfraquece o futebol brasileiro em âmbito internacional. Porém, há quem não veja problemas no fato.

É o caso de Modesto Roma Júnior.

Em participação exclusiva no Esporte em Discussão da última terça-feira, na Rádio Jovem Pan, o presidente do Santos defendeu Del Nero e disse que os clubes brasileiros não são afetados pelas acusações que impedem o dirigente de representar o futebol nacional no exterior – apenas no último mês, a Conmebol puniu Palmeiras e Chapecoense na Libertadores, o que reacendeu o debate acerca da suposta fragilidade da confederação brasileira fora de seus territórios.

“Eu acho que a CBF não precisa ter um piloto de avião. Quem precisa viajar é piloto de avião“, ironizou Modesto. A diretoria da CBF viaja normalmente. O Reinaldo (Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol), por exemplo, é da executiva da Conmebol e está sempre presente na Conmebol. O (FernandoSarney (vice-presidente da CBFestá sempre na Fifa. Não entendo que o Marco (Polo Del Nerotenha de obrigatoriamente viajar. Quando você não tem o que criticar, você critica a falta de viagem”, acrescentou.

Modesto, no entanto, não livrou o presidente da CBF de críticas. O mandatário santista disse ter desaprovado as mudanças no estatuto da entidade, feitas em março, em assembleia que não contou com a participação dos clubes. Entre outras alterações, a CBF aumentou o poder eleitoral das federações em detrimento dos clubes.

“O Marco (Polo Del Neroé um democrata, um cara que faz o futebol junto com os clubes. Cometeu um erro, e eu disse a ele, que foi essa mudança do estatuto. Por mais que ele explique, não tem explicação e nem perdão“, criticou Modesto. “Todos reclamaram!”.

Questionado sobre uma suposta desunião dos clubes desde o fim do Clube dos 13, em 2011, o presidente do Santos se exaltou. Ele negou que o clube da Baixada tenha ajudado a acabar com o grupo. “Eu não me chamo Globo, não me chamo Andrés (nchez, ex-presidente do Corinthians). A Globo e o Corinthians implodiram (o Clube dos 13)! Foi isto o que aconteceu!”.

Antes de encerrar o seu discurso, Modesto aproveitou para disparar também contra a Lei Pelé – que, ao mudar a legislação sobre passe dos jogadores, deu poder exacerbado aos empresários dos atletas. “Muito obrigado a quem acabou com o Clube dos 13! Vocês são os artífices dessa situação do futebol brasileiro. Muito obrigado, também, a quem fez a Lei Pelé. O Pelé não merece ter o seu nome em uma lei dessas!“, finalizou.

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