Silêncio, trocas e dinheiro: como São Paulo tem tentado segurar “xerife” Maicon

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2016 13h05

Maicon consertou a zaga são-paulina Rubens Chiri/saopaulofc.net Maicon consertou a zaga são-paulina

Dentro de campo, o São Paulo vai muito bem, obrigado. Não há muito com o que se preocuparFora dele, contudo, existe uma grande indefinição: Maicon continuará ou não no time pelo menos até o término da Copa Libertadores da América? O zagueiro, contratado por empréstimo junto ao Porto, no início da temporada, arrumou a zaga tricolor e conquistou a confiança das arquibancadas. Porém, ainda não tem permanência garantida para o restante do torneio continental. Os são-paulinos estão ansiosos por um rápido desfecho do caso, e o clube sabe disto  tanto que não tem economizado trabalho para segurar o defensor de 27 anos. 

Setorista do São Paulo, o repórter Marcio Spimpolo, da Rádio Jovem Pan, revelou o que a diretoria tricolor tem feito para tentar sair “vitoriosa” na negociação com um dos clubes mais perspicazes do mercado de transferências mundial. Esta segunda-feira, por sinal, representa uma data-chave para as conversações. O motivo? Daqui a exato um mês, em 30 de junho, o vínculo de Maicon com o São Paulo não existirá mais. Por isso, praticamente todos os esforços da alta-cúpula são-paulina têm sido focados nas tratativas com o Porto – afinal, as semifinais da Libertadores estão marcadas para as duas primeiras semanas de julho. 

O São Paulo definiu três pilares para a negociação. Serão neles que o clube se apoiará para tentar convencer o Porto – sabidamente um dos melhores negociadores do futebol mundial – a abrir mão de Maicon. O jogador vale R$ 60 milhões e, inclusive, tem despertado o interesse de clubes que vão disputar competições europeias na próxima temporada – sem falar no desejo do próprio Porto, que ficou extremamente satisfeito com a recuperação da melhor forma técnica de seu ex-capitão.

Mas quais foram os pilares definidos pelo São Paulo para vencer a concorrência europeia? O primeiro é o silêncio. A diretoria tricolor acredita que manter o sigilo em uma negociação tão complexa quanto esta facilitará nas tratativas com o clube português. Vazamentos à imprensa, tanto brasileira quanto europeia, prejudicariam o andamento das conversas – que, por sinal, estão sendo realizadas a todo vapor. 

“Eu, de fato, estive lá em Portugal pessoalmente“, revelou Gustavo Vieira de Oliveira, diretor-executivo do São PauloMas este tipo de atividade tem que ser feita longe dos holofotes. Há conversas sendo conduzidas, e é isso o que importa. Trabalhar de forma silenciosa é requisito necessário para concretizarmos qualquer negociação que porventura possamos fazer“, explicou o dirigente. 

No entendimento do São Paulo, as declarações do empresário de Maicon, de que seria quase impossível que o zagueiro jogasse as semifinais da Libertadores, somadas a uma recente entrevista concedida pelo presidente tricolor, que garantiu que o jogador permaneceria para as partidas do torneio continental, não devem se repetir. Quanto menos se falar sobre a negociação, melhor. Haverá menos especulações, e o jogo de interesses entre empresários e clubes também se reduzirá.

Os outros dois pilares que dão esperança ao São Paulo convergem: são as trocas e o dinheiro. O clube tricolor tem apostado nestes instrumentos para negociar diretamente com o Porto. Para ceder Maicon em definitivo, o clube português inicialmente pediu os jovens Inácio e Lyanco em troca. O São Paulo não aceitou.  

Porém, fez quatro contrapropostas. Foram elas: a cessão de Inácio e Lucão; a cessão de Inácio e mais uma quantia em dinheiro; as cessões de Inácio, Lucão e mais uma quantia em dinheiro por Maicon e Kelvin (que pertence ao Porto e está emprestado até o fim do ano); ou a simples prorrogação do empréstimo de Maicon (hipótese mais improvável). 

O desfecho da negociação ainda parece distante. Mas o São Paulo precisará encontrá-lo em, no máximo, quatro semanas. Caso contrário, terá de jogar as partidas mais importantes da temporada sem o seu principal jogador defensivo.

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