“Tinha garantias sobre a segurança antes de vir e continuo tendo”, diz Bach

  • Por Agencia EFE
  • 03/02/2014 15h08

Redação Central, 3 fev (EFE).- O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, disse nesta segunda-feira após passar os primeiros dias na cidade russa de Sochi, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, que está tão tranquilo com a segurança da reunião como estava antes de chegar ao local.

“Tinha garantias antes de vir e continuo tendo”, afirmou em entrevista coletiva.

“Os Jogos são únicos em muitos sentidos, mas não no da segurança. Todos os grandes eventos estão sob ameaça. Temos que enfrentá-la. Qualquer outra coisa seria se render perante os terroristas”, acrescentou.

Bach considera que “o conceito” dos Jogos de Sochi, com um Parque Olímpico muito compacto, facilita que sejam aplicadas medidas para garantir a segurança.

Dois atentados suicidas com bomba no final de dezembro causaram a morte de 34 pessoas na cidade de Volgogrado, no sul da Rússia.

A guerrilha islâmica que atua no Cáucaso Norte tinha ameaçado perpetrar uma onda de ataques para impedir a realização dos Jogos de Sochi.

Com relação ao atraso nas obras de alguns hotéis na zona de montanha, o presidente do COI indicou que já foram entregues as chaves de 24 mil quartos, “97% deles sem problemas” e 3% restantes só precisam de “alguns detalhes, o último toque”.

“Tenho alguma experiência em viagens”, disse Bach com ironia, “e sei o que acontece quando você chega a um lugar após uma longa viagem e teu quarto não está preparado. Compreendo a preocupação das pessoas”.

Questionado mais uma vez sobre a postura do COI perante as leis russas que restringem a propaganda homossexual, Bach insistiu que o organismo “deixou muito claro que é contra qualquer tipo de discriminação”.

“Temos a segurança por parte da Federação Russa de que a Carta Olímpica e esse princípio serão aplicados durante os Jogos Olímpicos”, agregou.

Bach também utilizou esses princípios universais para explicar como o COI interveio para garantir o pagamento dos salários a todos os trabalhadores que participaram das obras relacionadas com os Jogos, após algumas denúncias de falta de pagamento.

O dirigente alemão sublinhou que os Jogos de Sochi serão um marco com a participação recorde de 87 países, o que demonstra, disse, que os Jogos de Inverno são já uma reunião global, “não restringida aos países nos quais se pode praticar esses esportes”.

Bach dedicou grande parte de seu comparecimento perante a imprensa para explicar a agenda da 126ª Sessão do COI que começará na quarta-feira em Sochi, na qual “o foco será um olhar ao futuro do COI e do Movimento Olímpico”.

“Estou desejando que haja um debate aberto, frutífero e transparente”, afirmou.

Bach se mostrou disposto a mudar a atual regra da Carta Olímpica que obriga aprovar as mudanças no programa esportivo dos Jogos sete anos antes de sua aplicação.

“A autêntica meta é ter mais flexibilidade. Por isso espero que a discussão se centre agora no procedimento. Se começarmos a discutir sobre algum esporte concretamente, vamos ficar parados”, disse.

“Pessoalmente, sou muito a favor de mudar a regra dos sete anos se todo o mundo estiver de acordo. Sete anos podem ser necessários para um esporte completamente novo, mas se todo o mundo está de acordo (em reduzir o período) para um certo caso e se há condições técnicas, então por que não?”, disse.

Esta mudança poderia favorecer a admissão para os Jogos de Tóquio 2020 do beisebol e do softbol, dois esportes atualmente fora do programa mas muito populares e com suficientes instalações no Japão.

“Sendo ainda presidente da Comissão Jurídica do COI, sei que a Carta Olímpica tem que evoluir, se adaptar aos tempos modernos. Se forem necessárias mudanças ou modificações, tenho certeza que os membros do COI estarão preparados para tomar a decisão”, indicou.

Bach anunciou que, já que uma parte importante do debate girará em torno do papel dos Jogos e do esporte na sociedade, pela primeira vez discursará perante uma sessão do COI o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

“Queremos escutá-lo”, destacou. EFE

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