Volta à Seleção, 7 a 1, aposentadoria e Tévez: Jô abre o jogo em entrevista

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2017 16h09 - Atualizado em 29/06/2017 00h08

Renovado Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians Renovado

Pela primeira vez no ano, Jô não foi às redes em um clássico. O atacante, que havia marcado seis gols em seis jogos contra arquirrivais na temporada, passou em branco na vitória do Corinthians sobre o São Paulo, no último domingo, em Itaquera. Algo que o incomode? Nem um pouco… 

Artilheiro do líder do Campeonato Brasileiro, Jô está de bem com a vida.  

De volta ao clube que o revelou, o centroavante de 30 anos, que rodou por Emirados Árabes Unidos e China depois de atingir o fundo do poço na Copa de 2014, reencontrou o bom futebol e, sem alardes, vive uma das melhores fases da carreira – tanto dentro quanto fora das quatro linhas.

Nesta entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan, Jô exalou confiança. Disse que ainda tem como meta voltar à Seleção Brasileira (“a esperança é muito grande”), revelou bastidores inéditos do 7 a 1 (“quase ninguém falava com ninguém no avião”), contou como foi conviver com Carlos Tévez (“ele era muito fechado”) e admitiu que tem o desejo de se aposentar no Corinthians (“há uma grande possibilidade de isso acontecer”).

Imaginava ter uma temporada tão boa no retorno ao Corinthians? 

“Não tinha como imaginar… Meus planos eram de começar o ano bem e me readaptar ao futebol brasileiro o mais rápido possível. Mas não tinha como imaginar que as coisas sairiam tão bem assim. O Corinthians está em uma fase muito boa, e eu fiz gols em quase todos os clássicos. Agradeço muito a Deus por este momento… Estou aproveitando da melhor maneira possível.” 

O que achava das comparações que o colocavam abaixo de Borja e Pratto no início do ano? 

“Eu ficava sabendo mais pelo que me mandavam nas redes sociais, Whatsapp… Mas serviu como motivaçãoRespeito o Pratto e o Borja, mas eu também tenho uma história dentro do futebol. Procurei, através desses pequenas críticas, me motivar e mostrar o meu valor. Continuo achando que eles são dois atacantes muito bons, mas que eu também tenho um espaço entre os melhores atacantes do Brasil, por estar jogando bem e marcando gols decisivos.” 

Ainda tem esperança de ser convocado para a Seleção Brasileira? 

“Seleção é o auge de todo jogador. Essa indefinição de centroavantes na Seleção aumenta ainda mais as minhas esperanças, e tem essa possibilidade de haver mais testes devido à classificação antecipada para a Copa. Então, a esperança é muito grande de voltar a trabalhar com o Tite. O maior objetivo da minha carreira ainda é voltar à Seleção, só que eu tenho de continuar trabalhando bem no Corinthians para ter essa chance novamente.”

Como foi fazer parte da Seleção que perdeu por 7 a 1? Qual era o clima após o jogo? 

“Ao término da partida, eu e o Maicon fomos para o doping… E eu me lembro que a gente não conseguia conversar sobre o que havia acontecido. A cara era de espanto e tristeza. Quando a gente pegou o voo de Belo Horizonte para o Rio, para voltar à Granja Comary, o que mais predominava no avião era o silêncio. No ônibus, também. Quase ninguém falava com ninguém. Os únicos que falavam era para tentar entender o que tinha acontecido. Decepção, apagão… Ninguém conseguia explicar.”

Você jogou com o Tévez… Como era o convívio com ele? 

“Eu joguei com o Tévez duas vezes. Uma no Corinthans, quando ele veio do Boca... Ele era muito fechado. Não sabia falar a língua e enrolava muito no castelhano. No começo, foi complicado, difícil. Ele não dialogava com quase ninguém, a não ser com o Betão. Mais para o final do ano, perto do título, é que ele foi se soltando mais, mas sempre com aquele jeitão dele, mais fechado, de poucas brincadeiras. Vinha para o treino, fazia o trabalho dele e ia embora para casa, para curtir a filha dele. E, depois, eu joguei com ele no Manchester City… Lá, ele estava mais solto. Eu conseguia conversar mais com ele em espanhol, inclusive. Mas ele sempre foi um cara muito tranquilo. 

No que acha que ainda pode melhorar? 

“Ao longo do tempo, eu evoluí em alguns quesitos, mas perdi em outros. Uma das perdas foi em relação às arrancadas perto da área, a velocidade. Eu procuro trabalhar isshoje em dia. Finalização, é claro, é algo contínuo, que você tem de trabalhar diariamente, mas acho que posso trabalhar um pouco mais a minha arrancada, os dribles rápidos perto da área. O centroavante depende muito desse sprint final, e eu preciso melhorar nesse aspecto.” 

Vê com bons olhos uma possível aposentadoria no Corinthians? 

“Vejo com bons olhos, sim… Porque é o lugar onde eu nasci e onde eu estou muito feliz. O pensamento de encerrar a carreira no meu clube do coração é muito grande. Mas eu aguardo… Ainda não penso em me aposentar, mas há, sim, uma grande possibilidade de eu encerrar a carreira aqui no Corinthians.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.