90% dos brasileiros querem serviços públicos melhorares frente à carga tributária

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/07/2016 12h28
São Paulo- SP- Brasil- 03/02/2016- A revitalização do corredor de ônibus Inajar de Souza beneficia diariamente 201 mil pessoas. O trajeto que liga o Terminal Cachoeirinha, na zona norte, à região central da capital recebeu 14,6 quilômetros de pistas com novo piso e 28 novas paradas de ônibus, além de 3 quilômetros de ciclovia e 2,9 quilômetros de pista de caminhada. O prefeito Fernando Haddad vistoriou nesta quarta-feira (3) os resultados da obra e testou a viagem de ônibus da Freguesia do Ó até o Largo do Paissandu. “Nós já entregamos cerca de 40 quilômetros de corredores e 490 quilômetros de faixas exclusivas. A cidade hoje está tirando o ônibus do congestionamento. Na medida em que forem liberados os recursos do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], nós vamos transferir os ônibus da faixa à direita para o corredor à esquerda, porque do ponto de vista urbanístico a cidade fica mais organizada”, afirmou Haddad, durante a viagem na linha 9500-10 (Terminal Cachoeirinha - Paissandu). Com a intervenção, o deslocamento entre o terminal e a região central leva atualmente entre 20 e 30 minutos. O novo pavimento rígido instalado no corredor tem mais durabilidade e é mais adequado à alta circulação dos veículos e às frenagens nos pontos. Cerca de 30 linhas de ônibus foram beneficiadas com as obras. “Com esta estrutura, a Inajar de Souza passa a admitir verticalização, porque quando há a instalação do corredor, pelo plano diretor, pode verticalizar. É um ganho para a zona norte, que vai receber investimentos imobiliários com o transporte de massa garantido”, disse Haddad. O asfaltamento das demais faixas das avenidas por onde passa o corredor também foi renovado. A reforma foi realizada não só na avenida Inajar de Souza, mas também nas avenidas Marquês de São Vicente, Norma Pieruccini Gianotti, Ordem e Progresso, Rudge, Rio Branco, no Largo do Paissandu e no Terminal Praça dos Correios. Todas as 28 pa Fabio Arantes / Secom Ciclovia e ponto de ônibus

Em vez de elevar tributos, os brasileiros acreditam que o governo federal deveria cortar gastos e melhorar a gestão dos recursos para oferecer serviços de qualidade para a população, segundo a pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira – Serviços Públicos, tributação e gasto do governo”, realizada pelo Ibope-Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para 87%, o nível dos impostos já é alto ou muito alto dada a qualidade dos serviços públicos oferecidos à sociedade.

A pesquisa aponta que 90% dos brasileiros consideram que a qualidade dos serviços públicos deveria ser melhor diante do valor dos impostos cobrados atualmente. Esse porcentual vem crescendo nos últimos anos: em 2010, eram 81% e, em 2013, 83%.

Entre os serviços públicos, nenhum obteve avaliação positiva dos brasileiros (acima de 50 pontos). Saúde e segurança pública, apesar de terem melhorado em relação a 2013, receberam as piores notas, com 20 pontos e 22 pontos, respectivamente.

O levantamento mostra ainda que 81% dos brasileiros acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar mais os impostos para aprimorar os serviços públicos. A coleta de dados para o estudo ocorreu, entre os dias 17 e 20 de março, e ouviu 2 002 entrevistados em 143 municípios.

Quando o assunto é manter serviços sociais como saúde, educação e segurança pública, 60% dos brasileiros discordam de aumentos de impostos, enquanto 36% concordam total ou parcialmente. Em 2013, a discordância da afirmação era bem maior e atingia 86% da população. Apenas 10% aceitavam essa alternativa à época.

Os brasileiros não só consideram que o nível de impostos é elevado como também avaliam que subiram nos últimos anos. Para 83%, os impostos estão aumentando muito e outros 11% acham que estão subindo um pouco.

Gastos públicos

A pesquisa aponta ainda que 85% dos brasileiros acham que os gastos públicos aumentaram ou aumentaram muito nos últimos anos. Quando informados sobre os déficits orçamentários verificados, em 2014 e 2015, 80% da população opina que o governo deve reduzir os gastos atuais. Outros 15% defendem que o patamar de despesas seja mantido.

Para os cidadãos que afirmam que o Planalto deve manter os gastos atuais, foram apresentadas três opções para estabilizar as contas públicas, estas são: aumento da dívida pública (preferência de 12%), criação de novos impostos (17%) e venda de concessão de bens e empresas públicas para a iniciativa privada (42%). Outros 30% não souberam ou não quiseram responder.

“É importante destacar que, apesar de essas medidas mitigarem o problema enfrentado nas contas públicas brasileiras, elas não o resolvem no longo prazo, pois os gastos públicos no Brasil vêm crescendo a uma taxa superior ao crescimento da economia nos últimos 20 anos”, destacou a CNI.

Já para os que defenderam o corte de gastos, deveriam entrar na mira do Exacutivo o custeio da máquina pública (32%), os salários de funcionários públicos (22%) e os programas sociais (11%).

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