Asean reforça luta contra o tráfico de pessoas na região

  • Por Agencia EFE
  • 02/07/2015 10h26

Bangcoc, 2 jul (EFE).- A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) reforçou nesta quinta-feira a luta contra o tráfico de pessoas em reunião ministerial realizada em Kuala Lumpur para buscar soluções para esta praga que causou uma crise na região em maio.

Os presentes acordaram compartilhar informação, fortalecer suas respectivas legislações e dotar os corpos de segurança de melhores meios para perseguir as redes de tráfico de pessoas, mas sem revelar medidas concretas, segundo o jornal local “The New Straits Times”.

Os ministros dos dez países-membros da Asean assinarão um convenção contra o tráfico de pessoas na reunião que devem realizar no próximo mês de setembro.

A sessão também permitiu aprovar a criação de um fundo para dar assistência das vítimas, cuja quantia está ainda por se concretizar.

A Malásia propôs uma contribuição inicial individual de US$ 100 mil, segundo disse em entrevista coletiva o ministro malaio do Interior, Ahmad Zahid Hamidi, que revelou que Cingapura ofereceu uma contribuição de US$ 200 mil.

A Asean é formada por Mianmar (Mianmar), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

Os responsáveis de várias agências da ONU reivindicaram à Asean, em comunicado, que aproveitasse a reunião para acordar uma solução completa e duradoura ao problema do tráfico de pessoas que garantisse o acesso e atenção das vítimas, a perseguição dos culpados e o estabelecimento de uma rede de cooperação entre os diferentes portos e postos fronteiriços.

O grupo de parlamentares da Asean pelos Direitos Humanos também reivindicou na reunião de hoje ações firmes para proteger aos procuradores de asilo e combater o trafico de pessoas e as raízes do problema.

“Passou um mês da reunião em Bangcoc e foi feito muito pouco (…) Os procuradores de asilo e os imigrantes seguem sem leis básicas e os traficantes de pessoas seguem com suas práticas desprezíveis”, disse o presidente do citado organismo, Charles Santiago, em uma nota de imprensa.

A descoberta, em maio, de um acampamento clandestino de traficantes de pessoas no sul da Tailândia e a operação lançada pelas autoridades tailandesas contra esta máfia desencadeou uma crise na região, com milhares de embarcações com imigrantes ilegais de Bangladesh e Mianmar.

A Indonésia e Malásia aceitaram semanas depois acolher todos os imigrantes que encontrassem em seus territórios sempre que a comunidade internacional se comprometa a repatriá-los ou situá-los em um terceiro país no prazo de um ano.

Uma parte importante destes imigrantes irregulares são rohingyas, uma minoria muçulmana que Mianmar e Bangladesh tratam como estrangeiros.

O ministro malaio do Interior disse que o tema “rohingyas” não foi abordado na reunião de hoje, e opinou que “é injusto culpar só Mianmar”. EFE

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