Atividade econômica ainda não reflete confiança do Brasil, diz consultor

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2016 17h03
Brasília - O Presidente Michel Temer reunião do Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), no Palácio do Planalto (Antonio Cruz/AGência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Moreira Franco

O Brasil está mais confiante, mas a economia ainda não acompanhou essa confiança. E vai demorar vários meses ainda para isso acontecer. Essa é a avaliação do presidente da Inter B Consultoria, Claudio Frischtak, em entrevista exclusiva a Denise Campos de Toledo no Jornal Jovem Pan desta segunda-feira (24).

“Existe uma dissonância entre a confiança dos agentes, empresários e famílias, e o nível de atividades”, diz Frischtak. Os brasileiros, segundo o especialista, “olham com confiança para o futuro, mas o nível de atividades não reflete essa confiança”.

As razões para tal descompasso seria o desemprego ainda muito alto, “que deixa as pessoas muito inseguras”, e o crédito escasso. A dificuldade do exportador “de se comprometer com o nível de volatilidade que temos no câmbio” seria outro motivo, mais estrutural.

Infraestrutura

Para Frischtak, os investimentos do governo federal em infraestrutura e as concessões propostas por Temer “vão fazer diferença no nível de atividades só no segundo semestre do ano que vem”.

O consultor avalia, no entanto, que “a direção está correta” e entende que “as contas do governo foram destroçadas e isso terá um impacto”. Ele critica o que chama de “expansionismo fiscal completamente irresponsável”, que, em sua visão, “amarra as mãos do governo – você não tem espaço fiscal para investir”.

Ele diz que os investimentos deveriam aumentar neste momento para fomentar a economia brasileira, mas não há espaço no orçamento do governo. “Com 10% do PIB você poderia injetar e reanimar a economia num curtíssimo espaço de tempo”, diz Frischtak, lembrando que para isso o Brasil deveria ter um superávit nesse montante, em vez dos R$ 170 bilhões de déficit que o governo estipulou como teto.

As incertezas políticas com o avanço da Lava Jato sobre diversos partidos, inclusive o PMDB de Michel Temer, atrapalharia ainda mais o cenário de recuperação econômica. “Tudo isso combinado não é bom para a nossa economia”, afirma.

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