Adolescente é detida nos EUA por estar desacompanhada; família tenta liberação

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2016 20h01

O plano inicial era que as duas se reencontrassem em Miami Reprodução/Facebook Lilliana presa nos EUA - Reprodução

Uma adolescente de 17 anos, natural de Roraima, está detida há uma semana, nos Estados Unidos. A estudante Lilliana Matte foi abordada pela polícia americana na segunda-feira da semana passada, no aeroporto de Miami.

Segundo as autoridades locais, a garota é menor de idade e não poderia e viajar desacompanhada dos pais. A família da brasileira rebateu as acusações dizendo que a menina possui autorização para viajar sozinha. De acordo com a mãe de Lilliana, Anaide Matte, o verdadeiro motivo da retenção foi uma foto tirada pela filha, ao lado de amigas, em uma área restrita do aeroporto.

“A minha filha, de 17 anos, fez umas fotos em uma área restrita, que não poderia. Aí o policial viu que ela estava fazendo foto, não gostou e pediu pra não fazer foto. A partir dali, houve uma identificação que foi quando souberam que ela tinha 17 anos. Mas tem autorização dos pais e da Embaixada Brasileira no passaporte. Está escrito lá que ela pode viajar sozinha ou com um dos pais”, afirmou a mãe de Liliana.

Anaide e a filha estavam juntas nos Estados Unidos até o dia 19 de agosto, quando a mãe precisou viajar para Caracas, na Venezuela, onde realizou uma cirurgia. Na mesma data, Liliana foi para Bahamas, onde se encontrou com um grupo de amigas.

O plano inicial era que as duas se reencontrassem em Miami, mas ao voltar para os Estados Unidos com as colegas, a estudante acabou sendo detida. Ela ficou presa no terminal por um dia e depois, foi levada a um centro para menores de idade em Chicago, onde continua até hoje.

Os bens da garota foram confiscados e, desde então, Anaíde tem se comunicado com a filha apenas por ligações telefônicas monitoradas.

“Na quarta-feira, foi pra Chicago, daí me ligou de lá também, chorando, desesperada. “Mãe, eu não disse pra senhora que eu iria pra Chicago?”. Eu disse: “Eu não sei por que, filha. Eu também tô meio perdida, não sei o que fazer, não sei o que pensar.” Daí aqui em Caracas nós fomos na Embaixada Brasileira, daqui ligamos pra Embaixada em Chicago. Isso foi na terça à tarde. Falei com uma senhora chamada Teresa, que disse que ia tomar conhecimento e ia entrar em contato comigo por email. E realmente entrou. Recebi 26 páginas para ler, preencher e entregar pra eles. Mais documentos do pai e da mãe”, explicou a mãe da garota.

Segundo Anaide, para retirar a filha do abrigo será necessário entregar toda a documentação, preenchida em inglês e em espanhol, e ainda esperar a análise do governo americano.

O endereço do alojamento é mantido sob sigilo e a garota tem o direito de telefonar para a família duas vezes por semana, por 10 minutos, em ligações gravadas. Neste período, os familiares poderão tentar marcar um encontro com a jovem, em um local determinado pelas autoridades, sob escolta policial.

Procurado pela reportagem, o Itamaraty não se manifestou sobre o caso

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