Além da febre amarela: veja quais vacinas são recomendáveis na fase adulta

  • Por Diogo Patroni/Jovem Pan
  • 27/01/2018 11h24 - Atualizado em 27/01/2018 12h57
Rovena Rosa/Agência Brasil mulher ministrando dose de vacina da gripe Não é só a febre amarela que oferece riscos aos adultos; mais vacinas devem ser tomadas

O Brasil vive um surto declarado de febre amarela, com 53 mortes, 130 casos confirmados e 162 ainda em investigação, segundo dados do Ministério da Saúde. Na últimas semanas, uma cena tem sido bastante comum, especialmente em São Paulo: enormes filas nas Unidades de Saúde na busca “desesperada” pela vacina.

Embora a campanha de imunização tenha começado há, pelo menos, dois anos, a população realmente se conscientizou para a prevenção apenas no último mês. Entretanto, também é preciso redobrar os cuidados para outras doenças. “Além da febre amarela, é fundamental se precaver contra o sarampo, caxumba e rubéola”, explica Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp.

De acordo com a especialista, a cobertura vacinal em todo o território nacional é considerada boa, com praticamente 90% da população imunizada. Só que ainda há algumas defasagens, principalmente em relação aos adultos. “A febre amarela é uma vacina que para adultos não faz parte do calendário do município de São Paulo, do estado já fazia, mas era aplicada em crianças. Então o adulto só vai receber a vacina em campanhas”, revela Lily.

Essa “falha” pode ser melhor explicada por conta de doenças relativamente “novas”como a hepatite B, por exemplo. “Grande parte dos adultos não chegaram a tomar hepatite B na infância. E se não toma na infância, dificilmente o adulto vai por conta própria procurar um local para se vacinar. Se a mãe não cuida, ele mesmo não vai atrás da saúde dele”, adverte Lily.

Prevenção pra vida toda

A vacina é a melhor forma de se evitar mortes prematuras, além de reduzir gastos com saúde pública. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a erradicação de sarampo e rubéola no Brasil. O país também não registra casos de poliomelite há 20 anos, mas ainda há preocupações com a chamada “síndrome pós-pólio”. “Assim vamos eliminando e controlando as doenças. O calendário brasileiro de vacinação para crianças, adultos e idosos é um dos mais completos. Só falta a gente seguir”,adverte Lily Yin Weckx.

A coordenadora do CRIE da Unifesp ressalta que crianças devem tomar, em média, entre 15 e 17 vacinas. Enquanto, adolescentes necessitam do reforço do tétano, reforço da meningite C, HPV e duas doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Também é recomendável hepatite A, hepatite B e varicela (catapora) para quem não foi imunizado na infância.

Adultos acima de 20 anos devem ter feita as três doses de hepatite B, tétano, difteria, coqueluche e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Já em regiões de risco é recomendável febre amarela. Enquanto idosos devem tomar influenza (gripe), pneumococos (pneumonia) e zoster.

“Basicamente, a cada dez anos é preciso reforçar a vacina contra tétano. Já Hepatite B (três doses) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – duas doses) e HPV não precisam de reforço. Essas são para a vida toda. O calendário brasileiro é um dos mais completos. Só falta seguir”, adverte a especialista da Unifesp.

Gestantes devem obrigatoriamente tomar influenza, hepatite B e tríplice acelular de adulto (difteria, tétano e coqueluche). Essa última a partir de 20 semanas de gestação. “Na grávida a gripe costuma trazer mais complicações e além disso é possível proteger o recém-nascido. O mesmo ocorre com a hepatite B. Temos tido também muitos casos de coqueluche e quem mais sofre são os bebês que podem chegar à morte. A estratégia é vacinar a mãe, que vai produzir anticorpos, para que o bebê nasça com proteção”, explica.

Lily explica que é preciso respeitar o intervalo pré-determinado para vacinas que exigem mais de uma dose. Já para as demais o tempo mínimo é de trinta dias. “Geralmente, se a pessoa esqueceu a carteira de vacinação o Posto de Saúde costuma vacinar novamente. Não tem problema repetir a dose. O que não pode é tomar uma encima da outra. De uma forma geral, no caso das vacinas ‘vivas’, deve-se aguardar um mês entre elas”, recomenda a especialista.

“Nessa época é importante lembrar que existem outras vacinas então vale dar uma atualizada na carteira de vacinação. Nós devemos se vacinar a vida toda. Isso ajudaria muito a manter a saúde da população”, finaliza Lily Yin Weckx.

Confira quais as vacinas recomendadas para cada fase da vida:

CRIANÇAS
– BCG
-Hepatite B
– Hepatite A
– Penta/DTP (difteria, tétano, coqueluche, hepatite b, infecções causadas por bactérias
– Pneumocócica 10-Valente
– Rotavirus
– Meningocócica C
– Febre amarela
– Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)
– Tetra Viral (sarampo, caxumba e rubéola + catapora)
– Influenza (gripe)
– HPV

ADOLESCENTES
– Hepatite B
– Dupla Adulto (difteria e tétano)
– Tríplice Viral (sarampo, caxumba, rubéola)
– meningite C (reforço)
– HPV (até os 14 anos)
– Meningite b*
– ACWY*
– Varicela (catapora)*
– Tríplice Bacteriana Acelular Infantil (difteria, tétano e coqueluche)*
*Disponíveis apenas na rede privada de saúde

ADULTOS
– Hepatite B
– Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)
– Dupla Adulto (difteria e tétano)
– Hepatite A*
– Meningite*
– Tríplice acelular (difteria, tétano e poliomelite)
– Coqueluche*
*Disponíveis apenas na rede privada de saúde

IDOSOS 
– Influenza
– Pneumococos (pneumonia)
– Zoster*
*Disponíveis apenas na rede privada de saúde

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