Após morte de universitário, prefeito de Bauru cogita proibir festas open-bar e monitorar redes sociais

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2015 14h58
Reprodução/Facebook Jovem morre após coma alcoólico em Bauru

“Estamos estudando a possibilidade de proibir as festas open-bar”, disse o prefeito de Bauru, cidade do interior paulista, Rodrigo Agostinho (PMDB), em entrevista exclusiva à Jovem Pan nesta segunda (02).

Na tarde de sábado, um jovem de 23 anos faleceu após festa universitária em Bauru na qual se disputava quem aguentaria tomar mais doses de vodka. Outras três pessoas, duas mulheres de 19 e 23 anos e um rapaz, também estudante, foram atendidos em coma alcoólico.

Agostinho também entende que “o poder público vai ter que estar atento às redes sociais, onde esses eventos são divulgados atualmente”. Antes, sabia-se dos festejos universitários por meio de cartazes e anúncios em jornais, mas esse monitoramento não basta mais por si mesmo, considera o prefeto. Bauru possui 40 mil universitários e 15 instituições, entre elas, o maior campo da UNESP.

Outra medida estudada por Agostinho para coibir os excessos dos jovens é mudar a lei de zoneamento e regular a presença de bares próximos aos centros de estudos de graduação. “Nós estamos estudando uma mudança na lei”, disse, embora considere difícil a adoção do ato uma vez que “a região onde as faculdades estão instaladas é uma região de comércio”, em que nunca se proibiu a venda de produtos alcoólicos.

O prefeito considera ainda que “as próprias faculdades precisam ter também uma ação de conscientização” para os “jovens que ficam a vida inteira deles nos barzinhos ao lado de faculdades” e têm o próprio desempenho acadêmico prejudicado.

O caso

“Trocaram os trotes, proibidos pelas universidades públicas, por essas festas de competição de quem ingere mais bebida alcoólica”, conta o prefeito Agostinho. A festa em questão, que terminou em tragédia, ocorreu na sacada de uma república particular de estudantes e a prefeitura garante que não tinha conhecimento do evento. “Infelizmente essas repúblicas organizam essas festas e não comunicam o poder público”.

“A enfermeira responsável pela unidade de saúde prontamente comunicou a Polícia Militar, que foi até o local do evento, pediu para que o evento fosse encerrado”, relatou. Mesmo assim, os organizadores da festa não a encerraram, uma vez que jovens tinham desembolsado mais de R$ 100 para ter bebida à vontade.

Os dois organizadores da festa foram presos ainda no final de semana, mas conseguiram uma liberdade provisória.

O prefeito diz também que tem agido para enfrentar o problema e afirma: “praticamente acabamos com as festas raves, em que tinha muito consumo de drogas”, que até então considerava “a maior preocupação dos últimos anos”.

Ainda na manhã desta segunda, o delegado responsável pela apuração do evento, Kléber Granja, disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan que os organizadores da festa estavam cientes da possibilidade de morte e se omitiram ao não se precaverem.

Ouça todos os detalhes da entrevista do prefeito no áudio acima.

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