Cantareira fica estável e Guarapiranga chega à 30ª queda seguida

  • Por Estadão Conteúdo
  • 28/04/2016 12h03
SP - CRISE HÍDRICA/CANTARERA/ALTA - GERAL - Vista aérea da represa Jaguari-Jacareí, que faz parte do Sistema Cantareira, na cidade de Joanópolis, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 19. O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da capital paulista e da Grande São Paulo, voltou a subir nesta sexta-feira, 19, e registrou a quarta alta consecutiva, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Outros três sistemas tiveram aumentos, enquanto dois perderam volume de água armazenada. 19/02/2016 - Foto: LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO - 19/02/16 Vista aérea da represa Jaguari-Jacareí

Após perder água armazenada por dois dias seguidos, o Sistema Cantareira voltou a ficar estável, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quinta-feira (28). Já o Guarapiranga, usado para socorrer o Cantareira durante a crise hídrica, completou 30 dias só de queda.

Os reservatórios que compõem o Cantareira operam com 65,7% da capacidade, mesmo volume do dia anterior. O índice, tradicionalmente divulgado pela Sabesp, calcula duas cotas de volume morto, que já deixaram de ser captadas, como se fossem volume útil do sistema.

Atravessando período seco, o Cantareira não registra aumento na quantidade de água represada há 16 dias. A última vez foi no dia 12 de abril, quando o nível do manancial avançou de 66,1% para 66,2%. Desde então, o volume de água represada caiu em seis dias e se manteve estável nos demais. 

Uma das razões para a sequência negativa é o período seco. Apesar de o mês estar no fim, choveu apenas 3,9 milímetros ao longo de abril – 2,2 mm deles nas últimas 24 horas. O volume é muito inferior à média histórica do mês, de 88,7 mm.

Antes da sequência negativa, o Cantareira chegou a ficar quase seis meses sem sofrer queda. Com a recuperação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decretou o fim da crise hídrica em março e a Sabesp cancelou programas de economia de água de bônus para quem consumir menos e multa para os “gastões”.

O Cantareira também ficou estável no índice que desconsidera o volume morto do sistema. De acordo com o cálculo, o manancial está com 36,4% da capacidade. A estabilidade é constatada ainda no terceiro índice divulgado pela companhia, segundo o qual o sistema opera com 50,8%.

Hoje, o Cantareira abastece 7,4 milhões de pessoas na capital e na Grande São Paulo. Apesar de o número de atendidos ter aumentado recentemente, ainda é inferior ao do início da crise hídrica, em 2014, época em que fornecia água para 8,8 milhões. 

Outros mananciais

Usado para socorrer o Cantareira durante a crise, o Guarapiranga caiu pelo 30º dia seguido e está com 78,9% do volume de água represada. O recuo foi de 0,3 ponto porcentual em relação ao dia anterior, quando registrava 79,2%.

O nível do Guarapiranga subiu pela última vez no dia 28 de março, passando de 87,6% para 88,1%. A partir de então, entretanto, o volume do sistema recuou em todos os dias. Nesse período, a soma das perdas é de 9,2 pontos porcentuais.

O Alto Tietê sofreu queda pelo 11º dia. A queda de 0,1 ponto fez o nível do manancial descer de 40,4% para 40,3% – índice que considera um volume morto acrescentado ao sistema em 2014.

Proporcionalmente, o Rio Grande sofreu a maior perda, de 0,5 ponto porcentual e opera com 85,7%. No dia anterior, estava em 86,2%. O Alto Cotia ficou estável com 98%, enquanto o Rio Claro subiu 0,5 ponto, de 98,1% para 98,6%.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.