Cobertura vacinal em todo o país deveria ter começado no início do ano, diz infectologista

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2018 17h04 - Atualizado em 22/02/2018 17h06
EFE EFE Pouco mais de 3 milhões de pessoas foram vacinadas contra a febre amarela em 54 municípios de São Paulo

Com 164 mortes e 545 casos confirmados de febre amarela no País, o Ministério da Saúde analisa a possibilidade de ampliar a vacinação para todo o território nacional. Uma das justificativas é de que a área de recomendação de vacina contra a doença tem se expandindo ao longo dos últimos anos.

Em entrevista à Jovem Pan, o infectologista do Comité de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Munir Ayub explicou que a medida é necessária e havia sido anunciada desde 2017 por conta dos casos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. “Era para ter sido iniciado em janeiro, mas foi atropelado por todos esses casos que aconteceram em São Paulo e acabou ficando em segundo plano. Como a procura da vacina foi muito baixa provavelmente o Ministério vai passar para toda a população, independente da região (…) Até acho que demorou e deveria ter sido tomada anteriormente”, afirmou Ayub

O infectologista pontua ainda que a única medida efetiva para evitar a doença é a vacinação. “Temos casos em todo o Brasil, com algumas raras exceções no Nordeste. Não dá para escolher quem vai tomar ou não tomar a vacina”, completou.

Segundo Ayub, o risco maior está justamente no deslocamento das pessoas pelo país. “As pessoas se movimentam e, mesmo que não nasçam nas áreas de risco da doença, acabam indo para uma outra área que ofereça risco. Quem mora no Nordeste vai viajar para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais (…)Não dá para prever. O ideal é que todo mundo seja vacinado”, ressaltou.

Fake news afetou a vacinação

A procura pela vacinação foi considerada abaixo do ideal, apesar das inúmeras filas nos Postos de Saúde. Para Munir Ayub três fatores contribuíram para a baixa procura. “Infelizmente, a população tem uma resistência grande contra o que é proposto pelo governo. As mídias sociais soltaram uma série de falsas notícias criticando a vacina e os efeitos colaterais. Isso trouxe uma série de dúvidas. Já o fracionamento, apesar de correto, também não foi muito bem explicado pelo governo”, disse.

*Com informações do repórter Vitor Brown

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