Febre amarela: Estado do RJ analisa hipótese da vacinação fracionada

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2018 17h50 - Atualizado em 16/01/2018 18h15
Agência Brasil Agência Brasil Estado do Rio de Janeiro realiza campanhas de vacinação contra a febre amarela, em 92 municípios, desde julho de 2017

O estado do Rio de Janeiro registra quatro casos de febre amarela em 2018, sendo que três evoluíram para morte. Assim como em São Paulo, a secretária estadual de Saúde, também deve adotar o sistema de vacinação fracionada, previsto anteriormente para 19 de fevereiro.

Em entrevista à Jovem Pan, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, esclareceu que o estado também estuda a antecipação da vacinação por meio de doses fracionadas. “Estamos em conversa com o Ministério da Saúde sobre a necessidade de antecipação da campanha. Lembrando que é necessária a capacitação de equipe e a disponibilidade de alguns insumos, como a seringa apropriada para a utilização em dose fracionada”, disse.

“Desde o ano passado já havíamos recomendado a vacinação no estado, considerando que temos algumas particularidades como Florestas Urbanas muito grandes entremeadas no centro da cidade, inclusive na região metropolitana. Já avaliávamos o risco da chegada do vírus ”, completou.

De acordo com Chieppe, desde 2017 o estado já realizou um trabalho preventivo como doses plenas e a decisão de antecipar a campanha só vai mudar o tipo de vacina a ser aplicada, mas que não impactará no acesso da população à vacina.

Por conta desse trabalho, o estado fluminense se destaca como um dos mais avançados em termos de imunização, com 92 municípios cobertos pelo chamado “cinturão de bloqueio”, mas o cenário ainda é preocupante. “A decisão que foi tomada de ampliação da vacinação foi considerando o cenário epidemiológico. Já tínhamos a febre amarela muito próxima dos centros urbanos, mas ainda há coberturas relativamente baixas na região metropolitana. Para o interior do estado as coberturas são maiores. Mesmo assim tivemos casos em Valença e Teresópolis, mostrando que existem bolsões de pessoas não vacinadas”, descreveu Chieppe.

“A febre amarela tem se apresentado com uma letalidade muito elevada. Esperamos que ao longo dos próximos meses a gente consiga subir ainda mais a cobertura vacinal nestes municípios, que já têm cobertura elevada, e na região metropolitana, onde a cobertura é baixa”, afirmou o subsecretário de Vigilância em Saúde.

Controle no carnaval

Um dos principais destinos nas festas de carnaval, o Rio de Janeiro deve receber uma elevada quantidade de turistas não só do Brasil, mas de outros países. Por isso, a recomendação é que as pessoas que devem circular pela cidade busquem a imunização e evitem circular nas chamadas áreas de risco.

“Estamos falando de uma febre amarela que tem transmissão por ciclo silvestre. Não temos evidência de circulação do vírus no município do Rio de Janeiro. A recomendação para a população do estado, e região metropolitana, é que cada pessoa que venha ao Rio de Janeiro, se puder chegar vacinada será muito melhor. Mas que avaliem os riscos aqui dentro. Já temos esse mapeamento bem feito com boa caracterização de aonde o vírus está circulando”, explicou Chieppe.

*Com informações do repórter Carlos Aros

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