Fiesp se colocará contra a alteração das regras do auxílio-doença, diz Skaf

  • Por Agência Estado
  • 29/01/2015 16h09
SÃO PAULO, SP, 30.09.2014: DEBATE-SP - Debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, promovido pela TV Globo, na noite desta terça-feira (30), na sede da Rede Globo, na zona sul de São Paulo. Presentes os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaf (PMDB), Gilberto Maringoni (PSOL), Gilberto Natalini (PV), Walter Ciglioni (PRTB) e Laércio Benko (PHS). (Foto: Rodrigo Dionisio/Frame/Folhapress) Frame/Folhapress Paulo Skaf - Debate candidatos ao governo de SP

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou nesta quinta-feira, 29, que será contrário à alteração nas regras do auxílio-doenca anunciada pelo governo. Segundo Skaf, a entidade vai enfrentar o governo no Congresso para garantir que as mudanças não sejam implantadas.

Skaf se reuniu com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e representantes de empresas para discutir os planos do governo para a economia em 2015. De acordo com ele, o ministro foi impassível na questão do auxílio-doença e a situação será levada ao Legislativo.

O empresário disse, no entanto, que os participantes da reunião concordaram que a maior parte do ajuste fiscal do governo deverá ser realizado com cortes de gastos. Ele disse que a indústria não pode mais ter aumento de impostos.

Questão hídrica

Com o ritmo atual de chuvas e sem tendência de melhora, São Paulo corre um risco fortíssimo de ver o sistema hídrico secar, afirmou o presidente da Fiesp. Skaf disse que o governo do Estado não fez as obras necessárias para evitar o problema, nem teve a atitude transparente para alertar a população sobre a gravidade do problema.

Ele lembrou que as regiões metropolitanas de São Paulo e cidades do entorno de Campinas, que foram muito afetadas pela falta de água, concentram 50% do PIB industrial do Estado, com mais de 40 mil estabelecimentos. “Quando você tem o sistema hídrico na situação em que chegou, mesmo as indústrias que captam água de rios sofrem com a seca”, disse Skaf.

O empresário afirmou que o setor industrial ativou desde o ano passado um plano de contingência, com projetos de reúso de água e identificação de regiões para abertura de poços. De acordo com ele, mais de 70% das empresas do Estado já adotaram alguma medida para reciclar seus recursos hídricos.

“Nós estamos usando todas as alternativas para minimizar uma situação cuja responsabilidade não é nossa”, criticou. “Passou da irresponsabilidade deixar essa crise chegar onde chegou.”

Skaf afirmou que, depois de ter desempregado cerca de 165 mil pessoas no ano passado, a indústria não projeta uma melhora na economia deste ano. “A crise de água e energia obviamente piora a situação.”

Sobre a questão energética, o empresário se mostrou menos preocupado. Ele afirmou que, como o sistema é integrado, é possível transferir energia de uma região para outra com maior necessidade. Segundo Skaf, existe o risco de um racionamento elétrico, mas é evento menos provável do que a crise hídrica.

*Thiago Moreno e Francisco Carlos de Assis

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