Garoto símbolo do PAC, de Lula, morre aos 15 anos com suspeita de overdose

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2015 13h08
Reprodução Youtube Rosto do PAc Extra

A reportagem de Clarisse Montiagudo, do Jornal Extra, contou a história de Christiano Pereira Tavares, o menino que foi símbolo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na comunidade de Manguinhos na zona norte do Rio de Janeiro que morreu em decorrência de uma suspeita de overdose por drogas, aos 15 anos, em julho de 2015.

A criança de apenas nove anos foi registrada pelo fotógrafo Rafael Andrade, do Extra, em 2008, nadando em uma poça de esgoto, imagem que sensibilizou o presidente Lula, que construiu uma piscina e inaugurou a obra com Christiano no palanque. A família também ganhou uma casa com a repercussão da foto.

Bianca Pereira de apenas 35 anos, mãe do garoto, que deu rosto ao PAC, disse a repórter do diário carioca: “Tratavam a gente igual a cachorro. Tentei trabalhar nas obras e não consegui. Usaram o Cristiano como imagem, depois todo mundo sumiu. Isso aqui está abandonado”.

As obras de Manguinhos não foram concretizadas, segundo o relato da jornalista “Hoje, Manguinhos é o mesmo abandono. Coberto com o cimento do PAC. Faltam médicos na UPA, os quiosques que seriam vendidos a comerciantes foram depredados, cavalos pastam no meio do lixo. Falta água nas casas. Ano passado, pegou fogo num andar de apartamentos. Estão até hoje fechados. As famílias perderam tudo”.

Christiano não tinha plano para o futuro, adorava “selfies”, a sua rede social preferida era o Facebook, onde estão postadas inúmeras fotos com o seu sorriso e o cotidiano que vivia. Sua irmã Sthephanie Leah, de apenas 14 anos, está grávida, de seis meses e abandonou a escola em 2014, se alimental mal pois não tem comida em casa.

Em 2008, quando Christiano foi abraçado por Lula, o então presidente fez a pergunta – O que ele sonhava no futuro?; sem perspectivas, com apenas nove anos, disse que queria ser pedreiro, pois era a única profissão que conhecia.

Os sonhos da face do “PAC”, como de suas duas irmãs e mãe, além de outras pessoas da comunidade de Manguinhos estão sepultados em uma cova rasa no Cemitério de Inhauma, no Rio, símbolo da desesperança.

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