Japonesa Mitsui procura parceira para assumir Linha-6 do Metrô, diz presidente do BNDES

  • Por Tiago Muniz/Jovem Pan
  • 04/10/2017 12h06 - Atualizado em 04/10/2017 12h07
Reprodução/ Move São Paulo Reprodução/ Move São Paulo O consórcio Move São Paulo é formado atualmente pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas implicadas na Operação Lava-Jato, que querem vender a concessão

O presidente do BNDES diz que a japonesa Mitsui está procurando um parceiro para assumir o contrato da linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. Paulo Rabello de Castro deu a declaração no fim da manhã desta quarta-feira (4) em entrevista após participar de evento na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na capital paulista.

O consórcio Move São Paulo é formado atualmente pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas implicadas na Operação Lava-Jato, que querem vender a concessão. A construção do ramal está parada desde setembro do ano passado porque as empresas dizem ter dificuldade de contratar empréstimos junto ao BNDES.

O presidente do banco, Paulo Rabello de Castro diz que o grupo japonês Mitsui está procurando um parceiro para comprar a participação das construtoras brasileiras. “Como bom investidor, ele quer ter um segundo participante que venha com ele compartilhando riscos. O que é muito plausível”, afirma.

O executivo do BNDES afirmou que o negócio está em estágio avançado, mas que as partes têm receio sobre o cenário jurídico brasileiro antes de fechar negócio. “Estamos trabalhando para dar essa dupla para dar o conforto jurídico que eles precisam e merecem porque eles não têm nada a ver com esses efeitos ‘lava-játicos.’”, diz Castro.

A venda da concessão é uma alternativa que agrada o Governo de São Paulo. Dessa maneira, seria possível que a empresa que assumisse a parceria público-privada tocasse as obras no ponto em que elas estão.

O arranjo é possível porque, como se trata de uma concessão, as empresas podem simplesmente vender a parte delas. Se a oferta não ser certo, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos terá que declarar a caducidade do contrato.

Com isso, o processo teria que ser licitado do começo aumentando ainda mais o atraso na entrega da linha seis-Laranja.

No mês passado, o secretário dos transportes metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, confirmou a oferta para a venda da concessão, mas não quis revelar as partes envolvidas alegando sigilo contratual.

O prazo atual de entrega da linha 6-Laranja do Metrô atualmente é novembro de 2021. O governo afirma que, se a participação da Move São Paulo for vendida, esse panorama poderá ser mantido.

O ramal deverá ligar a região de Brasilândia, na Zona Norte da capital paulista, até a estação São Joaquim, na região central de São Paulo, em quinze estações. O trecho é conhecido como “linha das universidades”, uma vez que passará por seis instituições de ensino superior pelo caminho.

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