Laudo tardio de vítima de estupro coletivo não aponta violência

  • 30/05/2016 10h14
Rio de Janeiro - A titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Cristina Bento, fala sobre caso de estupro coletivo sofrido por jovem de 16 anos (Tomaz Silva/Agência Brasil) Tomaz Silva / Agência Brasil A titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima

O programa Bom Dia Rio, da TV Globo, informou, na manhã desta segunda-feira (30), que o laudo da perícia sobre o caso do estupro coletivo a uma menina de 16 anos, ocorrido na zona oeste do Rio de Janeiro, não apontou indícios de violência. Segundo o noticiário, o resultado ocorreu por causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo-delito. O laudo será divulgado ainda na tarde desta segunda-feira pela Polícia Civil.

Desde a madrugada desta segunda-feira, a Polícia Civil realiza buscas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra seis acusados de participar do crime. A ação é coordenada pela delegada Cristiana Onorato, pertencente ao departamento da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), além do pelo diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Ronaldo de Oliveira. 

No último domingo (29), houve troca de delegados que cuidavam do caso, Cristiana Onorato, da DCAV, substituiu o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI). Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a medida “visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho”.

A mudança atende ao pedido da advogada da vítima, Eloísa Samy Santiago, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público, com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na última sexta-feira (27).

Em entrevista concedida no último domingo ao Fantástico, da TV Globo, a adolescente declarou que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.

“Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias”. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: “Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada”.

No mesmo dia, a família decidiu dispensar a advogada Eloísa. Ela será protegida pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal.

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