Manifestação na Petrobras pede retomada de refinaria e indústria naval

  • Por Agência Brasil
  • 24/08/2015 20h01
RIO DE JANEIRO, RJ, 24.08.2015: PROTESTO-RIO - Protesto de funcionários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) durante 'Ato Juntos pelo Comperj - Refinaria já !', em frente à sede da Petrobras, na avenida Chile, na região central do Rio de Janeiro (RJ). (Foto: Rudy Trindade/Frame/Folhapress) Folhapress Manifestantes protestam na sede da Petrobras

Um ato em frente à sede da Petrobras reuniu centenas de pessoas, nesta segunda-feira (24), para reivindicar a conclusão das obras de uma refinaria da estatal, onde originalmente havia sido projetado o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os manifestantes também pediram a volta de encomendas da companhia a estaleiros do Rio e de Niterói. Tanto as obras do Comperj quanto a paralisação de encomendas de navios e plataformas ocorreram após o prejuízo financeiro da companhia no último ano e as denúncias da Operação Lava Jato.

Participaram da manifestação prefeitos e representantes de 15 municípios que estão sendo atingidos diretamente pela paralisação das encomendas e da decisão de não prosseguir com o Comperj. Uma comissão formada pelos prefeitos de Itaboraí, Helil Cardoso, e de Niterói, Rodrigo Neves, além de deputados e líderes sindicais, foi recebida por funcionários da área técnica da estatal, embora o objetivo fosse uma audiência com o presidente da companhia, Aldemir Bendine.

À saída, o prefeito de Itaboraí protestou pela ausência de Bendine na reuinião. “Nós não estamos satisfeitos, porque não fomos recebidos por quem decide. O Bendine não nos atendeu. Simplesmente botou uma comissão para nos atender”, disse Helil, à saída do prédio. Segundo Helil, existe a expectativa da participação de dois grupos internacionais para terminar de construir o restante da refinaria, estimado em 18%.:“Hoje o que falta é vontade da presidência da Petrobras para que se concluam as obras.”

Rodrigo Neves disse que o movimento deve continuar, para que a economia dos municípios e do estado não sofram mais com a interrupção dos investimentos. Niterói é o principal polo naval do país, abrigando diversos estaleiros, boa parte deles voltada para a construção de plataformas, navios de apoio e petroleiros encomendados pela Petrobras. Segundo Neves, dos 40 mil trabalhadores que esses estaleiros tinham, até dois anos atrás, hoje restam cerca de 20 mil.

“Os dirigentes que nos receberam sinalizaram que, no tocante ao Comperj, haverá a contratação, na próxima semana, de alguns projetos. Quanto à construção naval, ficamos de marcar uma nova reunião, para que possamos ter uma resposta mais conclusiva. [O Bendine não nos atendeu] com a justificativa de que não estava no prédio da Petrobras”, afirmou o prefeito de Niterói.

A Petrobras divulgou nota dizendo que o presidente Bendine havia recebido os prefeitos da região na última quinta-feira (20) e que hoje estiveram na reunião dois representantes da Petrobras ligados aos empreendimentos. Sobre o Comperj, a companhia informou que as obras da unidade de processamento de gás natural estão em andamento, incluindo tubovias, central de água e vapor e sistemas de distribuição de energia, com previsão de entrada em operação em outubro de 2017.

“Quanto ao projeto da Refinaria Trem 1, a Petrobras está estruturando um modelo de negócios, que inclui parcerias para a conclusão do empreendimento. As obras, que não estão paralisadas, seguirão a estratégia definida pelo PGN [Plano de Negócios e Gestão] 2015-2019 e já estão com 85% de avanço físico. Atualmente, encontram-se em atividade cerca de 11.500 trabalhadores, em 21 grandes contratos de construção e montagem”, informou a estatal.

Em sua página na internet, a Petrobras informa que a capacidade de processamento do primeiro trem de refino será 165 mil barris de petróleo por dia. Os principais produtos da refinaria serão óleo diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação, coque, GLP (gás de cozinha) e óleo combustível. O projeto original do Comperj previa duas refinarias e unidades petroquímicas, mas o investimento foi suspenso, após o prejuízo registrado pela companhia e por conta das investigações da Operação Lava Jato.

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