Obras de Angra 3 estão paradas por causa de greve de trabalhadores

  • Por Agência Brasil
  • 25/05/2015 18h20
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As obras da Usina Nuclear Angra 3 foram paralisadas hoje (25), após assembleia geral dos trabalhadores, que aprovaram greve por tempo indeterminado. A mobilização é por 10% de aumento salarial e de 25% na cesta básica. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty, Anderson Pereira, disse que a greve vai provocar ainda mais atrasos na conclusão da usina, que teve as obras reiniciadas em 2009, depois de duas décadas paradas, com previsão de entrar em operação em 2018.

“É greve por tempo indeterminado. Estamos aguardando os patrões nos darem respostas. A obra vai atrasar mais ainda, pois, se não avançarmos nas negociações, a produção vai ficar parada”, disse Pereira.

O Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Rio de Janeiro ofereceu um aumento escalonado, de acordo com a faixa salarial. Pela propostas, seria concedido reajuste de 8% para os trabalhadores com menores salários, de 7,13% para os profissionais que recebem até R$ 4,5 mil, de 4,7% para salários até R$ 7 mil e livre negociação acima desses níveis. Os trabalhadores rejeitaram a proposta.

As empresas oferecem tíquete-alimentação no valor de R$ 260, mas os trabalhadores reivindicam R$ 300. Uma nova assembleia foi marcada para esta terça-feira (26), às 7h, no canteiro de obras. A Eletronuclear foi procurada, mas não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta matéria.

Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Quando entrar em operação comercial, o que está previsto para 2018, a nova unidade, com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do estado do Rio de Janeiro. Angra 3 terá características similares às de Angra 2, com tecnologia alemã Siemens/KWU (hoje, Areva ANP). As informações estão no site da Eletronuclear.

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