Oposição exige renúncia de Graça Foster da Petrobras

  • Por Agencia EFE
  • 12/12/2014 15h51
Antonio Augusto/Câmara dos Deputados Graça Foster

A oposição exigiu nesta sexta-feira a renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, após o jornal “Valor Econômico” publicar reportagem afirmando que a dirigente foi avisada por uma funcionária da empresa sobre fraudes cometidas na companhia antes da Operação Lava-Jato.

“Se (Foster) não participou diretamente nesse assunto, há pelo menos um crime de omissão”, declarou o senador Álvaro Dias, (PSDB-PR).

O “Valor” publicou hoje que a ex-funcionária da companhia Venina Velosa da Fonseca enviou e-mails desde 2008 para Graça Foster e outros superiores, incluindo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, alertando sobre as irregularidades. Para Graça Foster, Venina avisou inclusive sobre as ameaças que sofreu após apresentar as denúncias.

Em uma nota divulgada nesta sexta-feira, a Petrobras não deu muitos detalhes, mas explicou que as denúncias foram alvo de “investigações” que conduziram à demissão de Geovanne de Morais, então gerente de Comunicação e Abastecimento, um dos setores da companhia no qual tinham sido detectadas essas irregularidades.

O senador Álvaro Dias afirmou que as revelações “provam” que Graça Foster sabia da existência de “várias corruptelas” na Petrobras, por isso “é intolerável” que continue à frente da empresa.

“Não há como tolerar a passividade do governo com os gerentes da Petrobras”, acrescentou Dias. O líder do DEM, José Mendonça Filho, disse que a companhia deve “renovar sua direção” de maneira urgente e seus membros serem substituídos por “pessoas que não tenham relação alguma com as denúncias”.

O porta-voz do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno, disse que a presidente Dilma Rousseff “não tem desculpas para manter a frente da Petrobras sua protegida”.

Na opinião de Bueno, “se Dilma não atuar, indicará que também faz parte” do grupo que cometeu irregularidades na Petrobras.

A renúncia de todos os membros da direção da empresa já foi solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que esclareceu que isso não significaria uma confissão de culpa.

No entanto, Janot considerou a medida necessária, pois “os fortes indícios de corrupção acabam prejudicando a empresa”.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu o procurador-geral afirmou que “não existe nenhuma suspeita sobre a presidente da Petrobras ou os atuais diretores”, que têm colaborado de forma permanente com a investigação, por isso o governo pensa em destituí-los. 

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