Petrobras diz não ter indícios de atrasos ou custos além do orçamento no pré-sal

  • Por Agência Estado
  • 22/03/2016 11h55
Petrobras/ABr Petrobras pré-sal

A diretora de Exploração e Produção (E&P), Solange Guedes, afirmou nesta terça-feira, 22, que não há indícios de atrasos ou alta nos custos de projetos no pré-sal. Ela indicou que poderá antecipar a entrada em operação de uma plataforma prevista para este ano, e sinalizou que iniciará no primeiro trimestre de 2017 o Teste de Longa Duração (TLD) da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.

“Acabamos de iniciar uma unidade no primeiro trimestre de 2016, temos duas outras unidades que estão absolutamente no prazo. Pode haver uma antecipação. Isso tem acontecido nas duas últimas unidades”, sinalizou Solange. “Nos anos seguintes, a partir de 2017, segue a regra de que muitos dos riscos de atrasos estão sanados”, completou.

Segundo ela, o planejamento e a execução das atividades em Libra, onde a estatal é operadora, está “bastante em dia”. A previsão é que em 2017 seja iniciado o primeiro TLD da área, com a maior plataforma piloto já concebida para o pré-sal, pela companhia, com capacidade de produção de 50 mil barris por dia.

“O trabalho exploratório de Libra, está absolutamente em linha. Não faltam recursos para a área de Libra”, afirmou Solange Guedes. “À medida que o tempo passa, a previsibilidade do pré-sal se mantém. Não tivemos fatores outros que possam nos indicar que teremos atrasos ou performances além daquele target que indicamos”, reforçou a diretora. 

Bacia de Campos

A diretora de Exploração e Produção da Petrobrás reiterou o interesse da empresa em investir na Bacia de Campos, onde mantém a maior parte de produção e geração de caixa com a extração de petróleo e gás natural. O interesse se estende aos campos maduros, alguns deles gigantes, porém em fase de declínio, o que exige investimento de recuperação.

Solange elogiou a decisão do governo de antecipar a renovação dos contratos de concessão de áreas maduras da Bacia de Campos, demonstrando interesse da empresa em permanecer como operadora dessas áreas.

“Além do pré-sal, há cuidado grande com a Bacia de Campos”, afirmou, em teleconferência com analistas de mercado. No pré-sal, a executiva destacou a produtividade do campo de Búzios, onde trabalha na delimitação da reserva. “Búzios tem resultados fantásticos”, disse ela, ressaltando que, assim como a área de Libra, também Búzios promete retorno favorável à empresa.

Papa-terra

Principal alvo de baixa contábil em 2015, o campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, terá seu projeto totalmente revisado até o final deste ano, informou Solange Guedes, em teleconferência com analistas do mercado. O campo teve impairment de R$ 8,7 bilhões no último ano, de acordo com o balanço da companhia.

“O consórcio está debruçado para uma redefinição do projeto como um todo. Estamos revendo tanto a forma de operar a unidade especial, que faz a perfuração de poços e tem desempenho muito ruim, que tem onerado o projeto, e reordenando os poços. Esse trabalho de redefinição da parte operacional e de projeto vai acontecer no final de 2016”, afirmou Solange Guedes. “É prematuro afirmar agora algo firme para ramp up”, reforçou. 

Comperj

A nova baixa contábil de R$ 5 bilhões referente ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) considerou que o empreendimento teria fluxo de caixa negativo. O projeto já havia sido alvo de impairment em 2014, no volume de R$ 21,8 bilhões. De acordo com o diretor de Abastecimento, Jorge Celestino Ramos, as mudanças no mercado de diesel justificaram a nova baixa.

“Os testes indicaram que o mercado de diesel está menor, e as margens nesse horizonte de 2022 (prazo atual do Comperj) também estão mais baixas. Isso leva a gerar fluxo de caixa com impacto no ativo imobilizado”, afirmou o executivo. “Continuamos buscando sua conclusão com participação de sócio”, completou.

Celestino afirmou, ainda, que os mesmos testes de imparidade, com as mesmas premissas, realizados na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), não indicaram necessidade de baixa contábil. A Rnest segue no plano de negócios da companhia, com previsão de conclusão da segunda etapa em 2019. “O capex para terminar o Comperj é mais elevado do que a Rnest e isso efetivamente traz impacto”, completou Celestino.

De acordo com o executivo, a Petrobras já investiu cerca de US$ 14 bilhões no Comperj, tendo registrado baixas contábeis no valor total de R$ 26 bilhões referentes ao projeto desde 2014. O Comperj é um dos alvos da Operação Lava Jato, que revelou esquema de corrupção com empreiteiras que integraram o projeto.

Exportação de óleo

Segundo Celestino Ramos, a Petrobras está aproveitando as oportunidades de negócios no mercado internacional e exportando óleo diesel. As exportações do combustível, neste ano, foram iniciadas em fevereiro. O objetivo, de acordo com o executivo, é buscar “o melhor resultado econômico”.

Celestino informou que a empresa oferece ao mercado um “elenco de petróleos e derivados”, no Brasil e no exterior, considerando um “modelo de planejamento que gera o melhor resultado econômico para a companhia”. Assim, se for mais favorável vender o combustível importado, no lugar dos produzidos em suas refinarias, a Petrobras vai buscar o produto no mercado externo

Em teleconferência com analistas, o diretor evitou, no entanto, detalhar se esse tipo de operação já está acontecendo. Ele destacou apenas a realização de exportações de combustível.

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