Homem invade hotel em Brasília e faz funcionário refém; tensão aumenta no local

  • Por José Maria Trindade/Jovem Pan
  • 29/09/2014 11h58
BRASÍLIA,DF,29.09.2014:REFÉM-HOTEL - Homem armado identificado como Jack Souza dos Santos, 30 anos, invade o hotel Saint Peter Brasília, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília (DF), na manhã desta segunda-feira (29), e mantém o mensagem do estabelecimento, de 60 anos, refém. O mensageiro foi algemado e tem um colete com explosivos colocado em seu corpo. O suspeito tinha reserva no hotel e se identificou com o próprio nome. Segundo a Polícia Civil, três negociadores conversam com o suposto terrorista. (Foto: Luís N. Oliveira/Futura Press/Folhapress) Luís N. Oliveira/Futura Press/Folhapress Homem invade hotel em Brasília e faz funcionário refém

O fim de um sequestro que deixou tensa a capital federal nesta segunda parece estar próximo. Sequestrador e refém, este já sem o colete de explosivos que trajava momentos antes, apareceram um algemado ao outro por volta das 16h, mas com os braços abertos, dando a entender que as negociações avançaram e que ele se entregaria a qualquer momento.

Por volta das 15h, aumentou o policimento e o raio de isolamento em torno do Hotel Saint Peter, em Brasília (DF), onde um homem faz um funcionário do estabelecimento refém há cerca de 7 horas. O local é próximo à Praça dos Três Poderes e à Esplanada dos Ministérios. Atiradores se posicionavam nas redondezas do hotel, aumentando a tensão no local, informou o repórter Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade.

Pouco antes, o sequestrador atirou um bilhete aos policiais, possivelmente com suas reivindicações políticas anotadas, a cujo cumprimento foi dado o prazo das 18h. O invasor fez discursos sobre o momento político atual, reforma política, pedindo também a extradição de Cesari Battisti (terrorista italiano cuja permanência no Brasil o STF autorizou) e aplicação da lei da Ficha Limpa.

Oficiais chegaram a cogitar a invasão do quarto do 13º andar e analisavam a estrutura do edifício e da redondeza. A estratégia que estava sendo usada, porém, era a de tentar acalmar o sequestrador. Três negociadores profissionais tentam fazer a mediação, sem muito sucesso até agora. Macas foram colocadas estrategicamente na portaria do hotal.

Na manhã desta segunda, um homem de 30 anos deu entrada no hotel Saint Peter armado com uma pistola e fez um mensageiro do estabelecimento refém. Ele disse a hóspedes que não estava brincando e que aquele seria um ato terrorista. Rapaz bem vestido, trajando camisa social, ele deu entrada pela manhã na hospedagem. Ele algemou um mensageiro do hotel de mais de 50 anos, sr. Aílton e aparecia na sacada do 13º andar gritando mensagens políticas desconexas. Aílton também teve que vestir um colete com possíveis bananas de dinamite. A polícia tem quase certeza de que se trata de fato de explosivos. Se isso fosse confirmado, uma possível detonação dos explosivos destruiria três andares do prédio.

Mais tarde, as algemas foram retiradas. A arma não é frequentemente apontada para o refém e o sequestrador a segura para baixo na maior parte do tempo. O mensageiro refém permanece calmo.

O homem que protagoniza o ato foi identificado pela polícia: é de Tocantins, já disputou um cargo eletivo em pequena cidade do Estado. Ele também já contactou familiares. A mãe foi hospitalizada quando soube do caso e falou com o filho sequestrador por telefone.

Os cerca de 300 hóspedes foram retirados do hotel e alguns até perderam voos agendados. A polícia foi buscar os pertences dos hóspedes nos quartos da hospedaria, isolando totalmente apenas o 13º andar.

Fala-se de um surto psicótico do agressor. Esta seria a segunda confusão que ele teria causado. Mais de 10 viaturas da polícia e do corpo de bombeiros estão presentes.

O Hotel Saint Peter é o mesmo que ofereceu emprego de R$25 mil por mês a José Dirceu quando ele estava preso pelos crimes cometidos no mensalão. O estabelecimento em área nobre da capital federal (setor hoteleiro sul) também é conhecido por ter sido construído pelo ex-deputado federal Sérgio Naya.

Atualizado às 16h

(Imagem do texto: Reprodução/Google Maps)

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