Polícia conclui inquérito de chacinas na Grande SP e indicia sete acusados

  • Por Agência Brasil
  • 18/12/2015 15h53
OSASCO, SP - 14.08.2015: VIOLÊNCIA-SP - Bar na rua Antônio Benedito Ferreira, no bairro Munhoz Junior, em Osasco, onde por volta das 20h30 uma chacina deixou dez mortos. A noite mais violenta do ano na Grande São Paulo deixou ao menos 20 pessoas mortas e sete feridos em Osasco e Barueri, em um intervalo de aproximadamente duas horas e meia, na noite desta quinta-feira (13). Na maioria dos casos as ações foram semelhantes, homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntavam por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas. (Foto: Avener Prado/Folhapress) Avener Prado/Folhapress Chacina

A Polícia de São Paulo concluiu o inquérito sobre as chacinas nas cidades de Osasco, Itapevi e Barueri, em agosto deste ano. A confirmação foi anunciada nesta sexta-feira (18) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Sete pessoas, seis policiais militares e um guarda civil metropolitano, foram indiciadas. Uma delas foi presa ainda em agosto e os demais em outubro, por suspeita de participação no crime.

Segundo a secretaria, o inquérito elaborado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi concluído no dia 1º de dezembro e encaminhado à Justiça do estado. A secretaria informou ainda que uma oitava pessoa foi presa por ameaça às testemunhas do caso. Os nomes não foram revelados porque o processo se encontra em segredo de Justiça.

A motivação dos crimes pelos quais elas foram indiciadas não foi informada. De acordo com a secretaria, nas chacinas ocorridas em Itapevi, Osasco e Barueri 23 pessoas morreram e sete ficaram feridas.

A Corregedoria da Polícia Militar prossegue com as investigações, que estão em fase de instrução.

Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Rildo Marques criticou o fato do inquérito, apesar de concluído, seguir sob segredo de Justiça. Para ele, a sociedade precisa saber quem matou e o motivo pelo qual as chacinas ocorreram.

“Não sabemos a conclusão [do inquérito] exatamente por conta dessa história do sigilo. A sociedade toda está querendo ter esclarecimentos e o inquérito tramita sob sigilo. Do ponto de vista da administração pública, o sigilo não é justificável”, acrescentou.

“Inicialmente se apontava a participação de mais de 18 pessoas [nos crimes]. E agora foi reduzido a sete? Consideramos que o fato dele tramitar sigilosamente não garante o sucesso da investigação, porque pode ter se chegado a uma conclusão parcial”, ressaltou.

“A condução do inquérito pode ter um sucesso parcial. Temos dúvida de que ele foi amplo o suficiente para apurar a autoria de todos os que participaram do evento. Em todo momento, houve blindagem das autoridades estaduais sobre o caso. Terminar com sete presos não é suficiente. Queremos entender o porque da chacina, a quem essas pessoas servem, quem é que dá a ordem, quem organiza, como se dá”, concluiu Marques.

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