Receita atua em conjunto com a PF na Operação Carne Fraca

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/03/2017 10h25
SP - OPERAÇÃO CARNE FRACA/AGROPECUÁRIA/FRAUDES - POLÍTICA - Movimentação na sede da Polícia Federal, no bairro da Lapa, na zona oeste da cidade de São Paulo, nesta sexta-feira, 17. A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira, 17, a Operação Carne Fraca para combater corrupção de agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público". 17/03/2017 - Foto: MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO MARCELO GONCALVES/ESTADÃO CONTEÚDO Operação Carne Fraca - AE

A Receita Federal informou nesta sexta-feira (17), que trabalha em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal na Operação Carne Fraca, deflagrada pela manhã para desarticular organização criminosa no âmbito do Ministério da Agricultura a partir da Superintendência Federal da Agricultura no Paraná. 

O esquema envolveria fiscais do Ministério na liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Grandes empresas do setor como BRF e JBS são alvo da ação. Executivos das duas empresas foram presos na operação. 

Segundo a Receita, além dos 309 mandados expedidos pelo Juízo Federal da 14ª Vara Federal de Curitiba, estão sendo cumpridos mais de 190 mandados de busca e apreensão em empresas e residências dos principais envolvidos nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Goiânia. Participam das ações cerca de 1.100 policiais federais, acompanhados de 30 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita. 

De acordo com as investigações, o esquema criminoso seria liderado por servidores ocupantes de cargos de chefia e administração da Superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná que, com apoio e participação de outros servidores a eles subordinados, estariam recebendo vantagens indevidas pagas por executivos ou diretores de empresas. 

Fiscais agropecuários que não aceitavam compactuar com as irregularidades investigadas eram afastados de seus locais de trabalho, removidos ou exonerados de suas funções.

A Receita informou que vários dos servidores públicos investigados, além de ocultar ativos adquiridos, tiveram acréscimo patrimonial desproporcional em suas declarações de bens, incompatível com as rendas declaradas ou com as suas movimentações financeiras. 

A Polícia Federal e Receita Federal concederão entrevista coletiva à imprensa ainda na manhã desta sexta-feira para detalhar a operação. A entrevista vai ocorrer na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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