Deputado aliado descarta renúncia e afirma que Temer é vítima de “complô”

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2017 17h27
Brasília - A Comissão da Reforma da Previdência se reúne com o presidente da comissão, deputado Carlos Marun para discutir o parecer do relator (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil Carlos Marun (PMDB-MS) é um dos aliados do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados

Desde quando o áudio da conversa entre Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, se tornou público, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) assumiu a linha de frente da defesa do presidente. Em entrevista a Jovem Pan, na tarde desta sexta-feira (26), o deputado do Mato Grosso do Sul reiterou o discurso que vem fazendo em Brasília e voltou a descartar a renúncia e o risco de impeachment.

Para Marun, Michel Temer vai permanecer à frente de seu cargo até dezembro do próximo ano, para poder levar adiante as reformas da Previdência e Trabalhista que vem sendo debatidas em Brasília. De acordo com o deputado, não há motivos para que ele não cumpra seu mandato, já que o áudio entre o presidente e o dono da JBS não há nada que comprometa Temer.

“Nosso presidente é vítima de um complô. Acusá-lo sem ter periciado o áudio é contraditório. Um estudante de direito não teria cometido esse erro. Alguém foi induzido ao erro e isso chegou a colocar em risco a permanência do presidente à frente do governo. Foi uma irresponsabilidade falar que Temer renunciaria. Além disso, um governo que consegue aprovar seis medidas provisórias em um dia não corre risco de impeachment”, disse o deputado.

A edição feita no áudio da conversa entre Temer e Joesley anula a prova, segundo Marun. Para o deputado, o trecho do áudio que foi divulgado pela imprensa é uma prova apenas da idoneidade do presidente. “O meliante (Joesley Batista) se aproximou do presidente para comprometê-lo, mas em 40 minutos de conversa não tirou nada de comprometedor. O áudio é uma prova da honestidade do presidente”, afirmou.

Ainda sobre o áudio, o deputado federal disse que os pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados não devem ter prosseguimento, já que estão sendo baseados em uma prova ilícita. “Esse áudio não tem valor. Não podemos fazer igual a OAB, que fez um papel ridículo de considerar lítica uma prova ilícita. Eles estão pedindo o impeachment do presidente com uma prova sem valor. É demagogia”.

Na visão do deputado federal, o único erro cometido por Michel Temer nesse episódio foi ter recebido Joesley Batista no Palácio do Jaburu. “Infelizmente o presidente tem o hábito de receber pessoas até de noite. Ele recebeu um empresário investigado, mas não cabia ao nosso presidente julgá-lo. Ele fez uma gentileza ao recebe-lo. Ele é acessível, mas precisa mudar isso, pois isso pode prejudica-lo. Precisa tomar cuidado”, concluiu.

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