Dilma diz que vai controlar a inflação e acredita em participação popular na reforma política

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2014 20h11

Em entrevista ao Jornal da Band na noite desta terça-feira, a presidente reeleita Dilma Rousseff falou sobre economia e inflação, reforma política, questão da água em São Paulo, CPI da Petrobras e Previdência.

Economia

Dilma começou elogiando os feitos do seu governo: “Nós nessa crise não atribuímos a conta ao povo brasileiro, como sempre foi atribuído”, disse citando a taxa de desemprego abaixo dos 5%. “Nós tivemos uma conduta de não penalizar a população.”

“Eu acredito que o Brasil hoje tem condições de sair desse processo de baixo crescimento em busca de um processo de alto crescimento”, garantiu a presidente.

Como argumento desta tese, Dilma citou: “De cada quatro, três brasileiros estão na classe média, ou classe A e B” e afirmou que “nós temos reservas (cambiais) e elas nos protegem”.

“Enfrentamos a pior seca e enfrentamos o choque de alimentos”, citou também Rousseff.

“Nós vamos manter a inflação sob controle”, concluiu.

Reforma Política

Sobre a reforma política, que garantiu que será uma das prioridades de seu novo governo no discurso de posse, Dilma disse: “Eu participei dessa eleição de discussões em todo o Brasil, isso talvez seja o grande mérito das eleições (…) Eu vi uma ânsia imensa pela reforma política”.

“Além disso eu vi um movimento muito forte de vários movimentos embalados por essa questão da reforma política”, disse, citando cerca de 7 a 8 milhões de assinaturas que seriam encaminhadas ao Congresso Nacional para pautar a reforma.

“Eu acho que vai ser muito difícil essa discussão não ser uma discussão interativa”, afirmou a presidente, opinando que o Congresso vai compartilhar esse trabalho. Dilma cogita tanto o referendo, em que a reforma política é elaborada pelos parlamentares e o povo aprova ou não, quanto o plebiscito, em que cada item da reforma é colocado sob o crivo do povo e, depois, uma comissão não necessariamente de parlamentares finaliza e elabora o texto da lei.

“A forma como vai ser eu não sei, agora eu acho muito difícil que não tenha consulta popular”, afirmou

“Eu acho que não é uma negociação toma-lá-dá-cá”, argumentou. “Tem que ser uma negociação para o futuro do País”, disse ainda Dilma.

“Eu acho que nós devemos discutir não questões pontuais, mas questões fundamentais, como a reforma política e a reforma tributária.”

Água em São Paulo

“Há um diagnóstico em que se elenca uma série de investimentos que deveriam ter sido feitos e não foram”, começou criticando a presidente ao ser perguntada se o Governo Federal poderia ajudar o Estado de São Paulo a lidar com uma possível falta de água generalizada.

“A atribuição da água é do Estado, da Sabesp”, responsabilizou.

Dilma, porém, disse que, no começo do ano, colocou à disposição dinheiro para obras emergenciais, mas que o governador Geraldo Alckmin preferiu seguir pelas vias tradicionais, da licitação.

“Tudo o que São Paulo precisar da nossa ação, nós faremos”, garantiu a presidente.

“O Nordeste passou pela pior seca dos últimos 70 anos e nós tivemos dois tipos de ação emergencial. Colocamos 6 mil carros pipas que eram dirigidos pelo exército e criamos 1 milhão de cisternas”, enumerou Dilma, comparando a situação entre as duas regiões. “Nós fizemos bolsa de água, bolsa seguro safra.”

“Nós podemos agir com o governo de São Paulo se ele tiver iniciativa”, cobrou a líder do País. “Eu tenho abertura absoluta, recursos”, ofereceu lembrando, contudo que “nós já nos oferecemos”.

CPI da Petrobras

Dilma diz ver com tranquilidade a possível criação de uma nova CPI no Congresso para apurar os desvios na Petrobras.

“Eu vou acompanhar atentamente a investigação que está em andamento e vai trazer esclarecimentos importantes”, afirmou.

“Eu acho que, doa a quem doer, não deve ficar pedra sobre pedra e o Brasil deve ter a responsabilidade de combater a impunidade”, disse, citando passagem bíblica.

“Desta vez esta presidenta que te fala vai fazer questão absoluta de cada detalhe ser divulgado para a população”, garantiu ainda Dilma.

“Nós vamos instar os órgãos para divulgar todos os aspectos da delação premiada.”

Previdência

“Dos 30 milhões (de pessoas) que nós acrescentamos à Previdência nos últimos 12 anos (…) todos eles dão uma contribuição para esse equilíbrio”, disse Dilma.

“69% de todos os aposentados tiveram um ganho real acima da inflação”, gabou-se.

“Hoje, por conta da política de valorização dos salários mínimos, os aposentados foram beneficiados”, disse.

Dilma disse ainda estar atenta para quando a pirâmide etária no Brasil se inverter, o Brasil ficar idoso e o número de pessoas beneficiadas pela Previdência for maior que o de contribuintes. Dilma comemora que isso ainda não aconteceu, embora seja um processo nessa direção.

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