“É golpe”, diz Dilma Rousseff no Facebook após aprovação do afastamento

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2016 07h20
Presidente Dilma Rousseff durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, em Brasília. 18/04/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino REUTERS/Ueslei Marcelino - 18/04/2016 Presidente Dilma Rousseff - reuters

A conta oficial da presidente que será afastada Dilma Rousseff publicou sua primeira manifestação após o Senado decidir pela abertura do processo de impeachment na manhã desta quinta (12).

“É golpe”, escreveu o perfil oficial da presidente na rede social, em caixa alta, seguido de uma interpretação dos últimos acontecimentos e destacando frase do advogado-geral da União, que fez a defesa de Dilma no Senado.

“Sem conseguir apontar o crime cometido, o Senado Federal decidiu afastar a presidenta Dilma e prosseguir com o impeachment. O ministro José Eduardo Cardozo, da AGU Advocacia-Geral da União, destacou que se está cometendo uma injustiça histórica, em que procedimentos, como o direito de defesa, são usados para oferecer legitimidade a um processo que rasga a Constituição”, publicou a conta da presidente.

Dilma deve ser notificada formalmente ainda nesta manhã da decisão legislativa e, em seguida, Michel Temer assume interinamente o poder.

Pouco depois, Dilma reenfatizou a tese do “é golpe” e compartilhou um vídeo com trecho de discurso de Cardozo no Senado. “Quanto mais uma palavra se aproxima da realidade que se quer esconder, maior o incomodo que seu uso traz”, postou.

Outras manifestações

Outros petistas expuseram sua indignação com a decisão do Senado na manhã desta quinta.

O presidente do PT Rui Falcão disse que o partido, ao lado de militantes da Frente Brasil Popular, “continuará mobilizado nas ruas e instituições nacionais”. Ele prometeu “levar a todo canto do País” o protesto contra o que chamou de “usurpação e golpe”.

Falcão disse, em longo texto, que a admissão do impeachment “é a continuidade do golpe contra a democracia e a Constituição”. Ele declarou: “mais uma vez em nossa história, as elites pisoteiam o voto popular, abrindo caminho para a imposição de um governo ilegítimo”. O presidente do PT afirmou ainda que “o País está sendo tomado de assalto” pelas “oligarquias do poder” e “mídia monopolizada”.

O líder petista pediu dos militantes “redobrado ânimo de combate” pela absolvição de Dilma contra o “revés” sofrido.

Já o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva classificou o processo como “ilegal” e um “inaceitável desrespeito à Constituição e à vontade do povo brasileiro”. Edinho escreveu: “Lamentavelmente, o Brasil amanhece hoje um país cuja democracia está enfraquecida”. Dilma terá ao seu lado, segundo o ex-ministro, “uma verdadeira legião de militantes, apoiadores e simpatizantes engajados na causa democrática”. Ele também conclamou os militantes à união para o entendimento e progresso “na defesa intransigente da justiça social e da verdadeira democracia”.

Edinho aproveitou o espaço para anunciar sua saída da Esplanada, assim como fazem grande parte dos ministros do governo Dilma. Vinte e oito dos 31 ministros de Dilma já foram exonerados.

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