Eleição faz Haddad pôr sua vice na Educação

  • Por Estadão Conteúdo
  • 25/05/2016 09h24
Reprodução Nadia Campeão - candidata a vice-prefeita de Haddad

Para ser candidato a vice-prefeito na chapa do prefeito Fernando Haddad (PT) e concorrer às eleições, em outubro deste ano, o secretário de Educação, Gabriel Chalita (PDT), deixará a pasta já na próxima semana. No lugar de Chalita assumirá a atual vice-prefeita, Nádia Campeão (PCdoB). Ela vai acumular as funções.

Engenheira agrônoma, a trajetória de Nádia é voltada para a área de Esportes e, portanto, não é um nome conhecido entre especialistas em educação. No currículo informado pela Prefeitura não consta experiência em cargos ligados à área. Ao mesmo tempo, assumirá o cargo de secretária adjunta à atual coordenadora pedagógica da pasta, Fátima Antônio, que substituirá Emília Cipriano. 

Fátima tem no currículo as funções de professora, diretora e supervisora. A escolha de um nome já integrado à rede municipal de ensino, como o de Fátima, foi feita para facilitar o diálogo da gestão Executiva e entidades do setor. A intenção é mostrar ainda continuidade das políticas iniciadas em 2013. 

A reportagem apurou que o nome de Nádia para a Secretaria da Educação serviu como um “consolo”, uma vez que a vice foi preterida para concorrer à reeleição. Na última terça-feira (24), questionado sobre o assunto, o alcaide afirmou que a saída de Chalita da pasta para dar lugar à Nádia estava sendo discutida. “É uma boa possibilidade”, antecipou.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determina que secretários municipais interessados em concorrer na chapa para prefeituras, como Chalita, devem se desincompatibilizar quatro meses antes das eleições. O prazo se esgota no dia 2 de junho. Chalita foi secretário da Educação por um ano e 4 meses, período em que se aproximou do petista. No fim de março deste ano, o secretário saiu o PMDB logo após o rompimento do partido com o governo de Dilma Rousseff, e ingressou no PDT, a fim de ficar livre para ocupar a vaga de vice na chapa de Haddad.

Arranjo político

Para Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (SINPEEM), o nome de Nádia é um “arranjo político” do prefeito. “Não dá para falar absolutamente nada sobre a Nádia. Para mim, ela só representa um arranjo político tendo em vista as eleições. Do ponto de vista da Educação, eu lamento porque essa escolha só atende a um arranjo político-eleitoral. É triste para a Educação”.

Fonseca destacou, porém, que um representante do PC do B na pasta é importante para a aplicação de pautas defendidas pelo sindicato. “Minha expectativa é de que, com o PCdoB, ocorra essa mudança. O prefeito deve ter feito isso de forma muito pensada. Podem ser seis meses para promover uma revolução positiva na Educação, como melhorar a remuneração dos professores, reduzir a quantidade de alunos por sala e acabar com a terceirização da escola infantil, como vem acontecendo”.

Uma das diretoras executivas do Ação Educativa, Denise Carreira, também disse que não conhece Nádia e evitou fazer um balanço sobre a gestão Chalita. “O que acho importante destacar é que, com certeza, o prefeito está investindo a força da sua vice na área da Educação. E, como todos os gestores, ela terá o compromisso de implementar o plano de educação da cidade, que precisa sair do papel.” 

Trajetórias

Na gestão atual, a vice-prefeita coordena projetos como a Operação Chuvas de Verão e o Programa Prefeitura no Bairro. Entre 2000 e 2004, Nádia já havia participado da administração municipal, como secretária de Esportes, Lazer e Recreação na gestão da ex-prefeita e ex-petista Marta Suplicy (PMDB). Procurada, a Prefeitura informou que Nádia só comentaria o assunto quando for confirmada oficialmente como titular da secretaria, o que deve ocorrer na próxima quarta (1) ou quinta-feira (2).

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