Esvaziada, comissão adia julgamento de recurso do deputado André Vargas

  • Por Agencia Brasil
  • 15/10/2014 12h17
BRASILIA, DF, BRASIL, 18-02-2014, 21h00: sessão conjunta do Congresso Nacional para analisar vetos presidenciais. Sob a presidência do vice-presidente do Congresso deputado Andre Vargas (PT-PR), a sessão tem a polêmica do projeto de lei vetado pela presidente Dilma Rousseff que autorizaria a criação de até 269 novos municípios. Cerca de 200 manifestantes estão nas galerias defendendo a derrubada do veto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) Pedro Ladeira/Folhapress André Vargas em plenário da Câmara

Mais uma vez, por falta de quórum, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara não votou o recurso do deputado André Vargas (sem partido-PR) contra a decisão do Conselho de Ética, que recomendou a sua cassação.

“Um dos motivos [para a falta de quórum] é a não convocação do plenário [pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves] que acaba liberando os deputados”, avaliou o presidente da CCJ, Vicente Cândido (PT-SP). Segundo ele, Vargas está “sendo beneficiado pela conjuntura eleitoral”.

No recurso, Vargas acusa o conselho de cerceamento do direito de defesa, término antecipado da investigação e falta de acesso pleno à cópia do processo. O relator na CCJ, Sergio Zveiter (PSD-RJ), já deu parecer contrário ao recurso e ressaltou que André Vargas teve amplo direito de defesa.Deputado André Vargas (sem partido-PR) volta à Câmara depois de suspender licença (José Cruz/Agência Brasil)

“Concluo que não houve, no julgamento da representação, qualquer ato do conselho ou de seus membros que tenha contrariado norma constitucional, legal, regimental ou do Código de Ética e Decoro Parlamentar”, destacou o relator.

Caso a comissão rejeite o recurso de André Vargas, o processo estará pronto para ser incluído na pauta do plenário da Câmara dos Deputados. A cassação do parlamentar dependerá de, no mínimo, 257 deputados, em votação aberta.

Ontem (14), o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, pediu vista do processo movido pelo PT, que reivindica a perda de mandato de André Vargas. Não há previsão de quando o processo será colocado em pauta novamente. Antes da manifestação de Mendes, a relatora do processo no TSE, Luciana Lóssio, votou pela perda do mandato do deputado.

O advogado de André Vargas, Michel Saliba, diz que é indiferente se o parlamentar será julgado primeiro pelo TSE ou pela Câmara. “Melhor para o deputado Andre Vargas é demostrar e provar que a sua conduta não enseja cassação. Precedentes desta Casa apontam que condutas similares levaram, no máximo, à suspensão, caso do [deputado] Carlos Alberto Leréia. Esta Casa terá que tomar dois pesos e duas medidas se cassar o deputado André Vargas”.

Em abril deste ano, o plenário da Câmara aprovou, por 353 votos a favor e 26 contrários, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que suspendeu por 90 dias o mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). A punição foi aprovada pelo conselho, em setembro de 2013, devido às relações entre o parlamentar e o bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira.

Já o pedido de cassação de André Vargas foi aprovado pelo Conselho de Ética no dia 20 de agosto. O conselho considerou que as relações entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef resultaram em quebra do decoro parlamentar.

O doleiro emprestou a Vargas um jatinho para que ele e a família pudessem passar férias no Nordeste. Vargas também é suspeito de intermediar interesses de empresas fantasmas do doleiro em contratos com o Ministério da Saúde.

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