Ex-diretor da Odebrecht relata repasse fora do setor da propina

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/03/2017 08h06
LIM01. LIMA (PERÚ), 03/01/2017.- Fotografía del edificio de Odebrecht hoy, martes 3 de enero de 2017, en el distrito San Isidro de Lima (Perú). El pasado miércoles el Departamento de Justicia de Estados Unidos publicó un informe en el que señaló que Odebrecht y algunas de sus filiales pagaron aproximadamente 788 millones de dólares en sobornos en 12 países, incluido Brasil, para obtener contratos públicos. EFE/Germán Falcón EFE/Germán Falcón EFE - Fachada do prédio da Odebrecht em Lima

Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba após a homologação de seu acordo de delação premiada, o ex-diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht Rogério Santos de Araújo disse aos investigadores que o pagamento de R$ 5 milhões ao ex-gerente de Serviços da Petrobras Roberto Gonçalves – parcela da empreiteira de um total de US$ 5 milhões em propinas recebidas por Gonçalves por meio de offshores no exterior – não consta das planilhas do programa Drousys, utilizado pela empresa para fazer a contabilidade do “departamento da propina”. 

Desde que a Lava Jato revelou o funcionamento do Setor de Operações Estruturadas – nome oficial do “departamento” – da Odebrecht, é a primeira vez que vem à tona que houve pagamentos de propinas não contabilizados no sistema que fazia o controle de pagamentos ilícitos. 

O depoimento de Araújo aos procuradores Roberson Henrique Pozzobon e Julio Carlos Motta Noronha, tomado no dia 8 de março, também foi usado para embasar a deflagração ontem da Operação Paralelo, 39.ª fase da Lava Jato, que prendeu Gonçalves preventivamente.

Em nota, a Odebrecht diz que “não se manifesta sobre o teor de eventuais depoimentos de pessoas físicas, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça”.

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